sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Antenas de metal líquido podem ser dobradas

Fonte: Inovação Tecnológica - 11/12/2009
Fotos: Divulgação



 Em um mundo em que cada pessoa está se transformando em um nó de uma rede mundial sem fios, as antenas estão se tornando cada vez mais importantes.

Agora, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, criaram antenas que podem ser torcidas, dobradas e enroladas para armazenamento, abrindo a possibilidade de uma versatilidade ainda maior no uso de equipamentos eletrônicos e na extensão das redes sem fios.

Ao retornarem ao seu formato original, as antenas flexíveis retomam também seu funcionamento, mantendo o mesmo desempenho para o qual foram originalmente projetadas


Antenas maleáveis e flexíveis
À parte desenvolvimentos futurísticos de nanoantenas para comunicação por luz, mesmo as antenas mais modernas são feitas de cobre ou outros metais, com rígidas limitações com relação ao quanto elas podem ser dobradas e, principalmente, quantas vezes elas podem ser flexionadas antes que a fadiga do metal as inutilize completamente.

As novas antenas, desenvolvidas pela equipe do professor Michael Dickey, não apenas podem ser inteiramente dobradas um sem-número de vezes - elas retornam automaticamente ao seu formato original, voltando a funcionar sem qualquer perda de rendimento - elas irradiam com uma eficiência próxima aos 90%.

Os pesquisadores acreditam que suas antenas maleáveis terão grande utilidade em aplicações onde a rigidez das antenas tradicionais representam um empecilho ao uso de aparelhos móveis, como telefones celulares, TVs e aparelhos de GPS.

Metal líquido
As antenas flexíveis e maleáveis são fabricadas com um metal líquido injetado em um polímero poroso e flexível. Elas podem ser deformadas à vontade porque suas propriedades mecânicas são ditadas pelo elastômero, e não pelo metal líquido.

Os pesquisadores construíram as antenas injetando uma liga dos metais índio e gálio - que permanece líquida à temperatura ambiente - em canais tão finos quanto um fio de cabelo humano. Depois que a liga preenche completamente cada canal, sua superfície oxida, criando uma espécie de "pele" que mantém a liga firme na posição e permite que ela retenha suas propriedades líquidas.

"Como a liga permanece na forma de um líquido, ela herda as propriedades mecânicas do material no qual ela está incorporada," explica Dickey.

Antena multifrequencial
A inovação tem dois benefícios adicionais. O primeiro é que, como a frequência de uma antena é determinada pelo seu formato, é possível usar a mesma antena maleável para transmissão em diversos canais, simplesmente esticando-a.

O segundo benefício é que as antenas maleáveis podem funcionar como sensores. Montadas, por exemplo, em pontes ou outras obras de construção civil, elas transmitirão em frequências diferentes conforme as construções se expandam ou se contraiam, permitindo um monitoramento remoto sobre suas condições estruturais.

Mais caras
Os pesquisadores acreditam que as antenas maleáveis serão adequadas para determinados nichos de aplicações - por exemplo, onde haja limitações de espaço, quando as antenas poderão ficar acondicionadas em pequenos compartimentos até serem necessárias.

Isto porque a liga de metal líquido é mais cara do que o cobre e os outros metais tipicamente utilizados na fabricação das antenas tradicionais.

Nasa fabrica fibras de um dos metais mais duros do mundo



Fonte: Site Inovação Tecnológica - 15/12/2009
Foto: Divulgação


Imagine um material virtualmente tão duro quanto o diamante, só que mais resistente a altas temperaturas, e que esteja disponível na forma de fios flexíveis, que possam ser tecidos na forma de roupas para proteção, para revestir naves espaciais ou para recobrir qualquer peça, em qualquer formato.
Essa possibilidade acaba de ser demonstrada, com o desenvolvimento de uma técnica que permite fiar um dos materiais mais duros disponíveis atualmente.
Nitreto de boro
Procure por materiais duros, daqueles que se aproximam da dureza do diamante, e certamente você encontrará o boro entre eles. Mais especificamente, o nitreto de boro.

O nitreto de boro é um composto onde boro e nitrogênio se unem somente por ligações covalentes. Ele não conduz eletricidade, mas conduz calor tão bem quanto os metais. É um pouco menos duro do que o diamante, mas mais estável, mantendo a dureza até 2.000 ºC, enquanto o diamante desfaz-se em grafite a cerca de 900 ºC.
Fios ultraduros
O nitreto de boro, ao ser sintetizado, tem a forma de um pó branco, que pode ser usado para fabricar cerâmicas extremamente duras, com várias aplicações industriais.

Materiais ultraduros são importantes para fabricação e revestimento de ferramentas, como proteção em escudos e roupas à prova de balas, no revestimento de peças industriais sujeitas a forte abrasão, como protetores contra radiação e contra o choque de micrometeoritos no espaço, apenas para citar algumas aplicações.

Agora, imagine dispor desse mesmo material, com as mesmas propriedades, na forma de fios. Fios podem ser tecidos nos mais diversos formatos e com total flexibilidade. Eles podem ser incorporados em resinas para formar peças complexas. Enfim, as aplicações industriais são incontáveis.

Nanotubos de nitreto de boro
Foi justamente isso o que conseguiram cientistas de vários laboratórios, trabalhando sob a coordenação do Centro de Pesquisas Langley, da NASA.

Os cientistas desenvolveram uma técnica para sintetizar nanotubos de nitreto de boro de alta qualidade. Os nanotubos são altamente cristalinos, sem impurezas, extremamente finos e muito resistentes.

"Eles são grandes e macios, parecidos com tecido," explica Kevin Jordan, um dos responsáveis pela pesquisa. "Isto significa que você pode usar as técnicas comuns de tecelagem para uni-los em fibras e tecidos, para fabricar coisas como coletes à prova de balas e células solares."

Embora sejam nanotubos, eles são grandes o suficiente para serem tecidos em fibras macroscópicas. Neste primeiro experimento, os cientistas produziram fibras de alguns centímetros de comprimento e 1 milímetro de diâmetro.

Método vapor/condensador pressurizado
Para fabricar os nanotubos de nitreto de boro, os cientistas dispararam um feixe de laser sobre uma amostra de boro no interior de uma câmara de pressão cheia de nitrogênio. O laser vaporiza o alvo, formando uma nuvem de gás de boro.

Um condensador, um fio de metal resfriado, é inserido no meio da nuvem de boro, resfriando-o e causando a formação de gotas. Essas gotas combinam-se com o nitrogênio e formam os nanotubos de nitreto de boro espontaneamente, sem necessidade de nenhuma manipulação adicional.

A técnica de fabricação foi chamada de método vapor/condensador pressurizado (PVC - pressurized Vapor/Condenser).

Estudos práticos
Os pesquisadores afirmam que o próximo passo será testar as propriedades das fibras de nitreto de boro para determinar os melhores usos potenciais para o novo material. Eles também estão trabalhando para otimizar o processo de produção e aumentar a quantidade produzida em cada lote.

"A teoria nos garante que esses nanotubos de nitreto de boro têm aplicações no campo da energia, das aplicações biomédicas e, obviamente, aplicações aeroespaciais," disse Jordan.

Como somente agora começarão as pesquisas voltadas às aplicações práticas, é normal que algumas dessas possibilidades sejam descartadas conforme o material seja mais conhecido. Mas outras possam surgir.

"Algumas aplicações valerão a pena o esforço, outras não," afirma Mike Smith. "Mas nós não saberemos disso até que possamos colocar o material em boas quantidades nas mãos de outros pesquisadores."

domingo, 8 de novembro de 2009

Cerâmicas em hidrociclones


Fonte e fotos: Sealine Cerâmicas - 4/11/2009


Hidrociclones são equipamentos cônicos utilizados em processos químicos e minerais há muitos anos. O princípio do funcionamento consiste na alimentação sob pressão (bombeado ou por gravidade) de uma mistura de líquidos e sólidos. Na medida em que o fluido entra na câmara, ele começa a rotação. As forças centrífugas criadas agem sobre as partículas de maior massa e as direcionam para a parede externa do hidrociclone.





Esquema do funcionamento do hidrociclone




  • Carbeto de silício com ligação óxida
  • Carbeto de silício nitretado
  • Carbeto de silício ligado com alumina
  • Carbeto de silício por reação
  • Carbeto de silício sinterizado


Quanto mais o fluido entrar na câmara mais as partículas migram em espiral na seção cônica do hidrociclone.

As partículas maiores e com mais massa quando atingem a seção cônica são direcionados ao longo da parede para a saída do equipamento.

Várias aplicações requerem a proteção, de partes do hidrociclone, contra a abrasão. Esta proteção é obtida através de revestimentos substituíveis (ou de desgaste). Os mais comuns são elastômeros, poliuretanos e cerâmicos. A escolha do revestimento é determinada pela pressão e produto que está sendo processado.

Revestimentos cerâmicos são especialmente indicados para o circuito de moagem na mineração, no processamento de carvão e na indústria de celulose e papel.

Para esta aplicação algumas das cerâmicas a base de carbeto de silício, com diferentes propriedades e custo são:As propriedades cerâmicas permitem sistemas com peso muito abaixo dos metais, mais eficientes por possuírem superfícies mais lisas e com durabilidade de até 10 anos.








Engenheiros aprimoram esfera metálica

Fonte: Site Inovação Tecnológica  - 6/11/2009
Imagem: Divulgação



O que pode ser mais simples so que uma esfera de metal? Dito se outro modo, será que há espaço para uma inovaçõa tecnológica que otimize as funções de uma esfera metálica?

A resposta é um grande sim, principalmente para as industrias automobilisticas e aeroespacial, sempre em busca se materiais mais resistentes  e mais leves que as permitam fabricar veículos mais eficientes e com menor consumo de combustível.

Um rolamento é um exemplo típico. Ddiminua a massa das esferas metálicas e eles poderão se mover muito mais rapidamente. O mesmo acontece com as mais sofisticadas válvulas magnéticas de esfera - quanto mais leve for a esfera, mais prontamente a válvula responderá, otimizando todo o projeto de que ela faz parte - um sistema de injeção de combustível, por exemplo.

  Esfera ocas

A solução para esses problemas parece ser tão simples quanto as próprias esferas - basta fabricar esferas metálicas ocas. Contudo, apenas agora essa possibilidade tornoe-se real, graças a uma inovação desenvolvida por engenheiros do instituto Fraunhofer, na Alemanha.

O fato é que fabricar uma esfera metálica não oca é uma tarefa simples. "Pela primeira vez, nós fomos capazes de fabricar esferas metálicas ocas nas medidas mais necessárias - entre dois e 10 milímetros de diametro",esplica o Dr. Hartmut Göhler.


As esferas ocas são de 40 a 70% mais leves do que as esferas metálicas sólidas e sua resistência pode ser controlada por meio da espessura de suas paredes.

Moldes de esfera
O processo começa com esferas de poliestireno, que são mantidas suspensas por uma corrente de ar sobre um leito fluidizado. Sobre elas é aspergida uma mistura de ligante e pó metálico, que adere sobre as esferas de polímero.

Quando a camada metálica atinge a espessura desejada, as esferas são submetidas a um tratamento térmico, no qual todos os componentes orgânicos - o poliestireno e o ligante - se vaporizam, escapando pelos poros da camada metálica.

O resultado é uma bola metálica oca, mas extremamente frágil.

O passo final é submeter essas bolas ainda frágeis a um processo de sinterização, que consiste em aquecê-las até o limiar da sua temperatura de fusão. Neste ponto, os grânulos do pó metálico grudam-se, formando uma camada coesa e rígida, deixando a esfera metálica oca pronta para o uso.

A técnica consegue produzir esferas ocas com paredes de espessuras de décimos de milímetro até um milímetro. Os pesquisadores já produziram esferas de aço, e agora planejam estender o método para produzir esferas de outros metais, como o titânio, além de diversas ligas metálicas.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FPT lança tecnologia que controla entrada de ar no motor

Sistema faz abertura das válvulas de admissão de ar com auxílio de um pistão mecânico, com objetivo de reduzir consumo, emissões e elevar o desempenho

Carolina Vilanova








A FPT Powertrain Technologies acaba de apresentar uma nova tecnologia que gerencia a admissão de ar para dentro do motor, com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes e aumentar a economia de combustível. Batizada de MultiAir, o sistema faz o acionamento eletroidáulico das válvulas, permitindo o controle do ar admitido pelo motor, com capacidade ainda de aumentar a potência em até 10%.

O MultiAir foi desenvolvido para equipar todos os tipos de motores: a álcool, gasolina, gás ou até mesmo diesel, sendo que a primeira aplicação será no Alfa Romeu MiTo, na Europa, a partir de setembro. Com essa tecnologia é possível atingir a mistura ar-combustível mais próxima do ideal, de acordo com as condições do veículo em um determinado momento.
A engenharia da marca explica que o controle da potência é feito pela dosagem do ar aspirado e o sistema de injeção garante a injeção do combustível necessário para a queima perfeita.

O funcionamento do MultiAir é feito com o auxilio de um pistão, movido por um came mecânico, conectado à válvula de admissão por meio de uma câmara hidráulica controlada por uma válvula solenóide.

A válvula solenóide abre e fecha de acordo com o óleo na câmara hidráulica, que transmite para as válvulas de admissão o movimento de abertura imposto pelo came mecânico.

Então é feito o controle do tempo de fechamento e abertura da válvula solenóide, que por sua vez, permite várias programações de abertura das válvulas de admissão para passagem do ar no motor.

Entre as vantagens do sistema para motores a gasolina ou flex, a FPT destaca o aumento da potência em até 10%, torque otimizado em 15% em baixas rotações, melhora da combustão, redução de 10% de emissões e de consumo de combustível. Se necessário, pode ser aplicado num motor turboalimentado sem nenhum problema, e assim reduzir em até 25% o consumo.

A diretoria da FPT declarou que o preço do motor não vai ser muito elevado por conta do sistema, mas não sabe especificar o quanto. Para a empresa, o Multiair representa para os motores gasolina e flex a mesma evolução que o Common Rail foi para os motores diesel.


Metais extraterrestres

Fonte: Site Inovação Tecnológica - 22/10/2009
Foto: Divulgação

Segundo um novo estudo feito por geólogos da Universidade de Toronto (Canadá) e da Universidade de Maryland (Estados Unidos), a riqueza de alguns minerais abaixo da superfície da Terra pode ter origem extraterrestre.

“A temperatura extrema na qual o núcleo da Terra se formou há mais de 4 brilhões de anos teria eliminado completamente qualquer metal precioso da crosta rochosa e o depositado no núcleo”, disse James Brenan, do Departamento de Geologia da Universidade de Toronto e coautor do estudo publicado na revista Nature Geoscience do dia 18 de outubro.

“Desse modo, a pergunta é por que há, atualmente, concentrações detectáveis, e mesmo capazes de serem extraídas pela mineração, de metais preciosos como platina ou ródio, na porção rochosa da Terra? Os resultados de nossos estudos indicam que eles não poderiam ter parado ali por qualquer processo interno”, disse Brenan.

Há tempos os cientistas especulam que de 4 a 4,5 bilhões de anos atrás a Terra era uma massa fria de rocha misturada com ferro e o metal teria sido derretido pelo calor gerado do impacto de objetos de grande massa na superfície do planeta que então se formava.

O processo teria feito com que o ferro se separasse da rocha e formasse o núcleo do planeta. Brenan e William McDonough, da Universidade de Maryland, recriaram a pressão e temperatura extremas do processo, submetendo uma mistura semelhante a temperaturas acima de 2.000º C e medindo a composição de rocha e ferro resultante.

Como o metal foi eliminado da rocha no processo, os cientistas estimam que o mesmo teria ocorrido quando a Terra foi formada. Ou seja, alguns metais, como os metais de transição ósmio e irídio, não poderiam derivar de processos internos.

Segundo eles, algum tipo da fonte externa teria contribuído para a sua presença na porção rochosa exterior da Terra. “Como uma ‘chuva’ de detritos extraterrestres, tais como cometas ou meteoritos”, apontou Brenan.

“A noção dessa chuva extraterrestre também pode explicar outro mistério, que é como a porção rochosa da Terra acabou tendo hidrogênio, carbono e fósforo, os componentes essenciais da vida, que provavelmente foram perdidos durante a violenta formação do planeta”, disse.

O estudo teve apoio da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Conselho de Pesquisas em Ciências Naturais e Engenharias do Canadá.

O artigo Core formation and metal-silicate fractionation of osmium and iridium from gold, de Jam M. Brenan e William F. McDonough, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/naturegeoscience.

Soldagem para estruturas mistas aço-concreto

Fonte: CIMM - 23/04/2009
Fotos: Ciser

Na construção civil, estruturas metálicas precisam ser fixadas a estruturas de concreto, como vigas e lajes.
Para suprir esse mercado existem os conectores de cisalhamento tipo Stud Bolt. Por oferecerem bom desempenho, os conectores são largamente empregados em estruturas metálicas para obras de grande porte, como edifícios, viadutos, pontes, usinas de energia, entre outras.

Soldados à viga de aço, os Stud Bolts fazem a integração entre a parte de aço e de concreto. O sistema de vigas mistas frequentemente é associado a lajes produzidas com a utilização de formas de aço do tipo Steel Deck. Neste caso, os Stud Bolts podem ser soldados à viga através da chapa galvanizada.



A soldagem do conector à viga é feita por eletrofusão, que é um processo extremamente prático e rápido, utilizando uma pistola especial controlada por temporizador. Na extremidade da peça está engastada uma esfera de fluxo sólido, que serve como desoxidante e estabilizador do arco de solda.



Um anel cerâmico com configuração específica colocado sobre o conector delimita a área de soldagem.






A Ciser oferece o conector de cisalhamento e segue a orientação da Sociedade Americana de Solda - AWS D1.1- American Welding Society para a sua produção.
“Este produto tem uma excelente aceitação no mercado de construção metálica. No início, tivemos dificuldades de penetração no mercado em função da utilização, para a mesma aplicação, de sobras de chapas que são soldadas e utilizadas como conectores. Contudo, com a utilização do Stud Bolt, os clientes percebem a economia de tempo e a redução nos custos de aplicação” explica Valdecir Furtado, engenheiro de aplicações da Ciser.
Outra dificuldade encontrada pela empresa foi o preço do equipamento para soldagem, que representa um investimento elevado. A alternativa encontrada foi a parceria com aplicadores que foi realizada em São Paulo e em Minas.
O Stud Bolt está disponível em duas bitolas: ¾”, que representa quase 100% das aplicações e 7/8”, desenvolvido recentemente para utilização em pontes.

sábado, 24 de outubro de 2009

Mudanças climáticas trazem desafios e oportunidades


Fonte: Maxpress Net - 21/10/2009
Fotos: Divulgação

A América Latina precisa de capacidades fortalecidas para lidar com novos acordos para as mudanças climáticas, especialmente os mecanismos financeiros para a redução dos impactos causados pelas mudanças climáticas (adaptação) e das emissões de gases de efeito estufa (mitigação), permitindo ao mesmo tempo a transferência de tecnologia.


Esta foi uma das conclusões do primeiro dia do encontro Financiamento de Medidas contra Mudanças Climáticas e Planejamento de Desenvolvimento Nacional a Longo Prazo na Região Ibero-Americana, um debate entre autoridades e especialistas para estudar opções para integrar o financiamento ligado às mudanças climáticas no planejamento de politicas de desenvolvimento de longo prazo.
Mais de 60 autoridades governamentais da America Latina - do meio ambiente, de finanças, da ciência e tecnologia - além de representantes do setor privado e organizações internacionais, discutem entre os dias 19 e 20 de outubro os principais desafios relacionados aos fluxos financeiros e investimentos para enfrentar mudanças climáticas nos âmbitos nacional e regional.

O encontro é organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para promover a troca de experiências, para identificar opções de financiamento existentes e futuras para enfrentar as mudanças climáticas, bem como discutir o papel dos bancos de desenvolvimento e das organizações internacionais.
"As mudanças climáticas são o maior desafio ao desenvolvimento humano do século 21," disse Veerle Vandeweerd, diretora da unidade de meio ambiente e energia do PNUD. "Se não soubermos enfrentar esse desafio adequadamente, não vamos conseguir reduzir a pobreza mundial."
"É crucial que os países se adaptem às consequências inevitáveis das mudanças climáticas," acrescentou Vandeweerd. "Temos que trabalhar em parceria para que os países possam se preparar para a Conferência das Partes em Copenhagen - e para o futuro".


"É muito importante que os países latino-americanos discutam a natureza dos instrumentos e barreiras financeiras para que possam orientar os investimentos públicos e privados na mitigação e adaptação às mudanças climáticas, bem como procurar formas de ter acesso aos atuais e novos fundos multilaterais propostos para enfrentar essas mudanças," disse Juan Pablo Bonilla, coordenador da unidade de energia sustentável e mudanças climáticas do BID. "Os ministros da fazenda, do desenvolvimento e do meio ambiente têm um papel crucial: eles precisarão criar estruturas pragmáticas e abrangentes para catalisar os investimentos para enfrentar as mudanças climáticas com recursos provenientes de mecanismos financeiros internacionais, bem como reforçar o planejamento orçamentário nacional".
Junto ao PNUD e ao BID, a Comissão Econômica para a América Latina e para o Caribe (CEPAL) e o Banco Mundial apresentaram diversas iniciativas, resultados de tais fundos para as mudanças climáticas. O encontro também discute o impacto das negociações atuais da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) no financiamento de medidas contra mudanças climáticas na região.
Na América Latina e no Caribe, o custo dos desastres relacionados às mudanças climáticas excedem US$ 5 bilhões por ano, sendo que os mais pobres são os mais vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas. Enfrentar tais impactos demanda grandes recursos. Por isso o debate sobre os mecanismos financeiros é crucial, principalmente para os países em desenvolvimento.
Os estados-membros da UNFCCC estão negociando o quadro financeiro para depois de 2012 a fim de ajudar os países em desenvolvimento a enfrentarem as mudanças climáticas. Por esse motivo, o financiamento de medidas contra as mudanças climáticas é um assunto importante para se chegar a um acordo em Copenhagen em dezembro de 2009. Para os países em desenvolvimento, é essencial que haja um acordo justo e ambicioso sobre o financiamento de medidas para enfrentar as mudanças climáticas - e que permitirá a implementação efetiva da Convenção e de seus objetivos.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Há vagas!


Maira Nascimento

É fato: a engenharia automotiva brasileira está hoje num estágio de importância nunca experimentada. A demanda por novos veículos globais, somada às necessidades de redução de custos em desenvolvimento, deu o empurrão que faltava.Ninguém imaginava que o setor no Brasil precisaria de tantos engenheiros em tão pouco tempo. E o atual cenário é quase de empresas se estapeando por um profissional disponível.
FAMA - A capacitação da engenharia brasileira ganhou fama internacional na rabeira da facilidade por adaptar-se a condições difíceis e principalmente pelo hábito de trabalhar no baixo custo, tanto no que se refere a projeto quanto remuneração propriamente dita, especialmente quando comparado a Europa ou Estados Unidos.
A instalação ou ampliação de bases locais de engenharia, como exemplo recente da Renault, também serviu para expandir as opções de emprego destes profissionais. Segundo a SAE Brasil apenas 8 mil dos 20 mil formados anualmente segue, de fato, carreira na engenharia, contando todas as áreas. E, mais preo­cupante, são necessários oito anos de especialização para a plenitude de um engenheiro recém-formado. Como o mercado tornou-se escasso a entidade e diversas universidades passaram a oferecer opções para acelerar este tempo de maturação.
No ano passado a General Motors contratou trezentos engenheiros e até o fim de 2007 terá mais duzentos. Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da GM LAAM, afirma que 40% das vagas são ocupadas por recém-formados.
A Ford também contrata. Mílton Lubraico, gerente executivo de gerenciamento de programas para América do Sul, calcula que desde 2001 a montadora já multiplicou por cinco o número de engenheiros: “E vamos crescer ainda mais. Até 2010 chegaremos a uma equipe com 1 mil engenheiros só no País”.
José Luiz Albertin, diretor de pós-graduação da SAE Brasil, argumenta que, em realidade, não faltam engenheiros no mercado – faltam sim engenheiros preparados para atender ao atual nível de exigência da indústria automotiva. “Para antecipar o ciclo destes profissionais há vários caminhos, como as atividades universitárias, cursos extra-curriculares, a pós-graduação e o mestrado.”
Foi pensando em aumentar a velocidade do aperfeiçoamento técnico do engenheiro que a entidade uniu-se à Unicamp e ao ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, para oferecer um novo curso de mestrado em engenharia automobilística. A idéia é iniciá-lo ainda neste primeiro semestre, assim que obtiver a aprovação do MEC, Ministério da Educação e Cultura.
Por seu lado o campus da FEI em São Bernardo do Campo, SP, cerca o estudante de opções de desenvolvimento para aproximar o aluno da realidade das empresas. São eles, explica o coordenador do curso graduação de Engenharia Mecânica Automobilística, Ricardo Bock, que beneficiam o aluno na hora da disputa por uma vaga: “O desenvolvimento de programas como construção de veículos e participação em competições universitárias coloca os alunos praticamente dentro das empresas”.
A FEI normalmente eleva em 10% ao ano o número de vagas para cursos específicos na carreira automotiva. Mas Bock adverte que “é preciso modernizar o currículo dos cursos para atender às atuais necessidades”. Além do curso de graduação em engenharia a FEI oferece mais dois cursos de pós-graduação – mecânica automobilística e administração e tecnologia automobilística –, que somam cem alunos matriculados. E ainda em 2007 será inaugurado o curso de mestrado em engenharia mecânica, resultado, segundo Bock, da intensa procura por atualização dos profissionais.Márcio Lucato, coordenador do curso de engenharia mecânica da Faculdade de Engenharia Mauá, argumenta que “a indústria também precisa investir no futuro profissional, seja por meio de estágio ou cooperação com as atividades acadêmicas”. Para ele a procura pelo curso de engenharia automotiva está intimamente ligada aos planos de investimento do setor.
“Isso explica a flutuação do número de vagas na engenharia mecânica: em 2000 formamos sessenta engenheiros mecânicos, em 2002 97 mas, em 2005, foram apenas cinquenta. Quase todos, entrentanto, com empregos garantidos no final do curso.”Há sete anos a Poli USP oferece o curso de mestrado profissional em engenharia automotiva, com quadro docente formado por professores da universidade e profissionais do setor, um dos exemplos do caminho da interação empresa-universidade – tido pela maioria como o ideal para elevar o nível de formação da engenharia brasileira.Diversas montadoras investem no mundo acadêmico participando de fóruns, competições, congressos e feiras das universidades para antecipar a chegada de novos talentos à indústria. A GM, por exemplo, investe na construção de laboratórios com computadores para os alunos de engenharia da Poli USP de olho na antecipação de conceitos e conhecimento técnico e de software em design, desenvolvimento de produto e manufatura.
BASTIDORES - A disputa por profissionais, naturalmente, não está restrita apenas ao universo educacional – especialmente no atual momento, com vagas em aberto sem ninguém especializado para preenchê-las. A todo momento pipocam notícias nos bastidores de fortes assédios de montadoras sobre profissionais das outras, especialmente nos casos em que do outro lado há engenheiro que domina área de produto desejada. E, ao que tudo indica, a disputa tem tudo para tornar-se ainda mais intensa, valorizando o passe dos engenheiros.
Iniciativas como a da SAE deverão esfriar um pouco o movimento, mas até lá as notícias de transferência de engenheiros entre montadoras e até mesmo autopeças promete continuar.

Em busca da ferramenta de corte ideal

Fonte: O Mundo da Usinagem - 24/08/2009
Fotos: O Mundo da Usinagem

Cada empresa está inserida em um contexto diferente, atendendo clientes distintos e respondendo a demandas específicas. Por esta razão, as soluções projetadas para cada planta devem ser personalizadas para que os resultados finais sejam eficientes e os mais proveitosos possíveis.
Esta estratégia de atendimento não é diferente no setor de ferramentas de corte para usinagem. Para alcançar a produtividade máxima das operações, a escolha da ferramenta de corte exata deve ser encarada como parte essencial do planejamento da empresa e, se bem feita, pode resultar em um aumento significativo do nível de competitividade do produto no mercado.

Assim, na hora de eleger a ferramenta de corte mais adequada às suas necessidades é preciso levar em consideração as características do produto que será usinado, a demanda dos clientes da empresa e o tempo de produção da peça, além das propriedades das máquinas que serão utilizadas no processo. Ou seja, a escolha da ferramenta não deve ser feita isoladamente, mas em conjunto com outros fatores que podem influenciar em seu desempenho final. Por isso, vale a pena dedicar atenção especial a esta etapa do projeto para obter melhores resultados.

Standard ou especial?
Em um grande número de aplicações, as ferramentas standard podem ser utilizadas com bons resultados; além disso, elas têm sido modernizadas a cada dia. Oferecendo uma vasta gama de possibilidades para todo tipo de demanda, as ferramentas standard podem ser utilizadas para realizar usinagens mais rápidas, com maior precisão.

Por outro lado, a oferta de ferramentas especiais vem crescendo cada dia mais no mercado. Os modelos desta categoria unem diversas funções conjugadas em uma só ferramenta e podem ser utilizados em operações de mandrilamento, fresamento, torneamento e furação, por exemplo.

De acordo com Ronaldo Ferreira, supervisor de Machine Investments da Sandvik Coromant, o principal atrativo das ferramentas especiais é a redução no tempo de usinagem que proporcionam, pois realizam duas ou mais operações simultaneamente.

“A ferramenta especial diminui o tempo de fabricação da peça, aumentando a produtividade”, informa o supervisor. Também no processo de preparação das máquinas, a linha especial apresenta vantagem quanto à agilidade da produção. Isto porque, com uma só ferramenta executando diferentes funções, não há necessidade de parar a máquina diversas vezes para as operações de montagem.

Outra vantagem importante é a possibilidade de produzir mais peças executando apenas pequenas alterações no desenho da ferramenta. “Quando a empresa produz peças diferentes basta trocar um componente da ferramenta especial para que ela mesma produza as outras peças daquela família”, ensina Ferreira.

Desenvolvidas sob encomenda, as ferramentas especiais são fabricadas a partir de um projeto de engenharia particular, elaborado para atender as necessidades de cada empresa que irá utilizálas; este projeto pode combinar várias operações de acordo com o produto que será usinado. Porém, devido à sua exclusividade, quando uma ferramenta como esta é danificada, dependendo da quantidade de funções que ela agrega, seu reparo pode tomar mais tempo do que a manutenção de uma ferramenta standard.

Ranulfo Vieira, supervisor de Projetos de Ferramentas Especiais da Sandvik Coromant, sugere como solução para estes casos que a empresa aposte em uma estratégia capaz de reduzir o eventual tempo de máquina parada com reparo de ferramenta. “Orientamos o cliente para que ele compre sempre dois modelos iguais da ferramenta especial pois, caso uma delas seja danificada, poderá ser substituída rapidamente pela outra, evitando atraso na produção”, assegura Vieira.

Solução personalizada

Enquanto que para algumas indústrias a ferramenta especial pode trazer maior produtividade, redução no tempo de usinagem e custos de produção mais baixos, para outras as ferramentas standard ainda podem ser as mais indicadas – por se adaptarem melhor às condições apresentadas pelas máquinas, pelo dispositivo de fixação ou pela dimensão da peça.


Para que o investimento seja feito na direção correta, Ferreira recomenda que a decisão de adquirir novas ferramentas seja tomada em conjunto com todos os profissionais envolvidos no processo de usinagem. “Para optar sempre pelo modelo certo, deve-se consultar o fornecedor da ferramenta – que conhece as características de seu produto –, o fabricante do dispositivo – que sabe os limites de fixação – e o fornecedor da máquina – que define os limites com que ela atua”, explica Ferreira.
Neste processo, um dos fatores decisivos é a condição da máquina na qual a ferramenta de corte será aplicada. Dependendo da potência, torque, rotação e magazine da máquina, os modelos standard podem ser os mais indicados, pois algumas máquinas podem não suportar o uso de ferramentas especiais. Por isso, a análise prévia dos fatores mencionados acima é essencial para verificar a compatibilidade destes parâmetros com a ferramenta escolhida.
Após a decisão e a compra da ferramenta, é importante que o fornecedor ofereça apoio à empresa que adquiriu suas peças, indicando qual a melhor forma de utilização do produto sempre que o cliente precisar. Contudo, mesmo tendo escolhido a ferramenta certa, se a empresa que adquiriu o produto não tiver informações suficientes para a sua utilização, tanto a máquina quanto a ferramenta e a peça podem ser prejudicadas, colocando em risco a performance de toda a operação.
Ciente da importância deste acompanhamento, é comum o fornecedor de ferramentas oferecer apoio aos seus clientes também no pós-venda, disponibilizando informações para que as ferramentas adquiridas (standards ou especiais) sejam utilizadas da melhor forma possível e cumpram seu bom desempenho. Além disso, a manutenção das ferramentas é outro serviço que deve ser fornecido pela empresa. “É fundamental a participação do fornecedor das ferramentas neste serviço, pois ele conhece a fundo o projeto e as estratégias definidas em cada operação”, aponta Ferreira.
Portanto, antes de adquirir um novo tipo de ferramenta de corte, procure fazer um planejamento aprofundado junto aos seus fornecedores. Só assim o seu investimento na ferramenta estará assegurado a ponto de garantir os melhores resultados no futuro!

Válvula magnética funciona sem energia e facilita manutenção

Fonte: Site Inovação Tecnológica - 10/09/2009
Imagem: Dan Eriksen/ Inovação Tecnológica


Cientistas dinamarqueses criaram uma válvula capaz de fechar ou desviar fluidos no interior de encanamentos sem consumir energia.A grande vantagem da nova válvula, segundo os pesquisadores até maior do que o não-consumo de energia, é a possibilidade de sua regulagem sem a necessidade de abertura dos circuitos, facilitando a manutenção e evitando a parada das linhas de produção.

Materiais magnetocalóricos
A válvula nasceu das pesquisas feitas com refrigeração magnética, uma tecnologia que substitui os compressores das geladeiras atuais por materiais chamados magnetocalóricos, que se aquecem quando expostos a um campo magnético. Depois que eles irradiam esse calor, resfriando-se, o campo magnético é removido e sua temperatura cai novamente, só que, desta vez, dramaticamente.

Este efeito pode ser usado em um ciclo de refrigeração clássico e os cientistas já conseguiram alcançar temperaturas próximas do zero absoluto utilizando esta tecnologia - veja Depois de 130 anos, geladeiras poderão ter avanço tecnológico.

Válvula magnética
Christian Bahl e seus colegas da Universidade Riso aproveitaram esse mecanismo para criar uma válvula magnética que funciona sem consumir eletricidade e sem requerer força mecânica externa.

O funcionamento da nova válvula se baseia em um líquido fluindo sobre um material com uma temperatura Curie conhecida - a temperatura na qual o material passa de magnético para não-magnético.

Quando a temperatura do líquido cai abaixo de sua temperatura Curie, ele é atraído por um ímã localizado no lado de fora da válvula, abrindo a passagem para o fluido. Se a temperatura sobe novamente, o material perde o magnetismo, anulando a atração do ímã externo e uma mola é suficiente para fazê-lo voltar à sua posição original e fechar novamente a válvula.

Válvulas de cerâmica

Construindo a válvula com diversos materiais, cada um com sua própria temperatura Curie, os pesquisadores conseguiram construir válvulas que operam de forma diferente a diferentes temperaturas. O resultado é uma espécie de válvula termostática de estado sólido.

Existem válvulas com princípio de funcionamento similar no mercado, mas todas utilizam eletroímãs e, portanto, exigem energia externa para funcionar.

Os protótipos funcionam em temperaturas entre 10 e 40 graus Celsius, mas os pesquisadores afirmam que o princípio poderá ser utilizado para produzir válvulas que funcionem com temperaturas desde centenas de graus até a temperatura do nitrogênio líquido, já que existem materiais com temperaturas Curie variando ao longo de todo esse intervalo.

Como são feitas totalmente em cerâmica, as novas válvulas não sofrerão corrosão e não se oxidarão quando forem postas em contato com produtos oxidantes ou corrosivos.

Uma pitada de lítio cria hidrogênio metálico supercondutor

Fonte: Site Inovação Tecnológica - 19/10/2009
Imagem: Divulgação



Modelo previsto do cristal de lítio-hidrogênio. Átomos de lítio estão em verde, pares de hidrogênio estão em branco e os íons negativos de hidrogênio estão em roxo.[Imagem: Eva Zurek]

Hidrogênio metálico
A ciência tem uma longa história de insucessos nas tentativas de criar hidrogênio sólido, transformando o gás em um metal pela aplicação de pressões incrivelmente elevadas.
A teoria prevê que o hidrogênio metálico será um supercondutor de alta temperatura. Um supercondutor é um estado da matéria onde os elétrons - e, portanto, a eletricidade - pode fluir indefinidamente e sem resistência. Os supercondutores conhecidos somente funcionam em temperaturas criogênicas.
Agora, um novo estudo teórico prevê que a metalização de misturas gasosas ricas em hidrogênio poderá ocorrer sob pressões significativamente mais baixas.

Uma pitada de lítio
Adicionando pequenas quantidades de lítio ao hidrogênio, os cientistas calculam que o sistema resultante poderá ser metalizado sob uma pressão equivalente a um quarto da pressão prevista para a solidificação do hidrogênio puro.
O hidrogênio e o lítio - usado em baterias recarregáveis - são o primeiro e o terceiro elementos mais leves no universo, respectivamente. Sob a pressão e a temperatura normais encontradas na Terra, o hidrogênio é um gás e o lítio é um metal.
No gás hidrogênio, os átomos são fortemente ligados em pares, com cada átomo de hidrogênio contribuindo com um elétron para a ligação. É por isso que, no mundo da química, o hidrogênio é conhecido por H2 - uma molécula formada pela forte ligação dos dois átomos de hidrogênio.
O hidrogênio e o lítio normalmente reagem entre si, formando um composto estável. Este composto de lítio-hidrogênio, ou LiH, não é metálico.

Pressão planetária
Acredita-se que o hidrogênio metálico esteja presente no interior de planetas como Júpiter e Saturno, por causa das intensas forças gravitacionais e das pressões encontradas em seus núcleos.
Os pesquisadores vêm tentando arrancar um elétron do hidrogênio comprimindo-o sob as faces de uma célula de pressão - conhecida como bigorna de diamante - já tendo alcançado pressões de 3,4 milhões de atmosferas. A pressão ao nível do mar na Terra equivale a uma atmosfera. A pressão no centro da Terra tem cerca de 3,5 milhões de atmosferas. Os cientistas não tiveram sucesso em alcançar essa pressão com esse método de pressão constante. Mas eles conseguiram com técnicas de ondas de choque. E nem assim alcançaram o tão sonhado hidrogênio metálico.

Reações simuladas
Como o hidrogênio insiste em não se metalizar sob as condições atualmente alcançáveis em condições de laboratório, os pesquisadores passaram a usar sofisticados programas de computador para simular as condições alcançáveis e o que ocorre em cada uma delas.
Os simuladores computacionais calcularam que o hidrogênio poderá se metalizar pela combinação de um átomo de lítio com vários átomos de hidrogênio, sob as pressões alcançáveis em laboratório.
Uma das combinações estudadas contém um átomo de lítio para cada seis átomos de hidrogênio, formando o LiH6, um composto que não ocorre naturalmente na Terra.
Os cálculos preveem que, nesse composto hipotético, o átomo de lítio libera o elétron de sua camada mais externa, que é alocado entre as três moléculas de H2.
Sob pressão, a reação forma um composto de hidrogênio metálico estável.

Múltiplas opções
Os cientistas também calculam que o LiH6 pode se tornar um metal sob pressões normais. Entretanto, sob essas condições, ele não é estável e se decompõe para formar LiH e H2."O composto metálico LiH6 deverá se tornar estável sob uma pressão de cerca de 1 milhão de atmosferas, o que é cerca de 25 por cento da pressão exigida para metalizar o hidrogênio sozinho," explica Eva Zurek, principal autora do artigo."O que é muito interessante é que, entre 1 e 1,6 milhão de atmosferas, todas as combinações de lítio e hidrogênio são estáveis ou metaestáveis e todas são metálicas," disse Roald Hoffmann, coautor do estudo.Novos estados da matériaOs cientistas responsáveis pela simulação teórica já estão em contato com seus colegas experimentalistas, discutindo a melhor abordagem para fabricar o composto. Segundo estes, a melhor abordagem será começar com o composto LiH, adicionando-se átomos de hidrogênio, um de cada vez.
Se tiverem sucesso, o estudo representará um passo importante ao demonstrar a possibilidade de combinações não-tradicionais de elementos leves, levando não apenas à fabricação do longamente sonhado hidrogênio metálico, como também à descoberta de novos materiais e novos estados da matéria.

mecânica dos solidos 1

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