domingo, 24 de fevereiro de 2013

Como surge a inovação?

Fonte: Flávio L. S. Lima
Antes de iniciar esta discussão, há que se esclarecer um princípio quase universal para o desenvolvimento de uma cultura inovadora. Histórias por trás de inúmeros produtos bem-sucedidos ao longo do tempo comprovam que o processo inovador não é uma prática individual, mas sim coletiva. 
Veja o exemplo da fabricante líder de pneus Goodyear. Ela utiliza um canal aberto com seus fornecedores para o desenvolvimento conjunto de soluções que beneficiem não apenas a empresa, mas também os seus próprios fornecedores. Há algum tempo, por meio de um software específico, a Goodyear solicitou ajuda aos fornecedores para resolver 17 problemas técnicos. Durante seis semanas, receberam 195 respostas que, não apenas solucionaram os problemas, mas também promoveram o desenvolvimento de outros produtos em conjunto.
Já a Whirlpool, detentora das marcas Brastemp e Consul, concentra 25% de suas receitas em produtos inovadores. Para sustentar essas margens, a empresa investe fortemente na parceria com universidades, fornecedores e funcionários. Uma de suas iniciativas é manter uma ferramenta em sua intranet chamada “Idea Central”, responsável pela comunicação aberta entre funcionários e líderes. Esta ferramenta permite o livre fluxo de informações e ideias que solucionam problemas e, não raramente, originam melhorias em seus produtos.
Outro notório exemplo de inovação aberta vem da construtora e incorporadora Tecnisa. Em meados de 2009, por meio de uma comunidade na rede social Orkut, então popular no Brasil, a empresa solicitou sugestões sobre construções específicas para idosos e deficientes físicos. Em pouco tempo surgiram 200 ideias diferentes, das quais duas foram aplicadas. Algum tempo depois, a empresa ainda promoveu um desafio universitário no Battle of Concepts, portal dedicado à inovação, premiando três ideias inovadoras, que posteriormente foram implantadas com sucesso.
A inovação, nada mais é do que a eterna busca pela solução de problemas. As boas soluções, via de regra, surgem quando os indivíduos, simplesmente, tentam fazer as coisas melhores. Inúmeros são os fatores necessários para se implantar uma cultura inovadora em uma companhia. No entanto, uma das premissas para se colher os frutos de uma prática inovadora é procurar mantê-la aberta e participativa, seja junto a fornecedores, colaboradores, universitários ou clientes. Quem encontra o que procuramos também ganha, assim, ganhamos todos. Pense nisto!

Ford lança plataforma aberta para acessar computadores de carros

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/01/2013

Rede CAN

A fabricante de automóveis Ford decidiu atender a um apelo antigo dos aficionados em informática e em automóveis.
A empresa disponibilizou uma plataforma de hardware e softwares abertos cujo objetivo, a longo prazo, é permitir que os usuários "tunem" seus carros ou acrescentem novos aplicativos para controlar os dispositivos dos veículos.
A plataforma OpenXC é baseada no sistema operacional Android.
A maioria dos carros modernos é inteiramente controlada por computador, da afinação do motor até o GPS e o sistema de entretenimento.
Com o conjunto de hardware e software disponibilizado, os proprietários podem ter acesso à rede de dados interna do veículo, chamada CAN (Controller Area Network), um padrão que permite que os microcontroladores de cada parte do automóvel comuniquem-se uns com os outros sem precisar de um computador central.
O padrão CAN também é usado por outros fabricantes, incluindo as japonesas Toyota, Nissan e Honda, o que abre a possibilidade de que a OpenXC logo possa beneficiar também os proprietários de outras marcas.
Ford lança plataforma aberta de acesso aos carros
A plataforma OpenXC dá acesso à rede de dados interna do veículo, que segue um padrão chamado CAN.[Imagem: Ford]

Diversão e utilidade

Com a plataforma aberta, o usuário poderá conectar seu próprio computador ao carro e ler em tempo real dados como ângulo em que as rodas estão viradas, posição geográfica informada pelo GPS, velocidade, consumo de combustível etc.
Segundo a Ford, a ideia é soltar a criatividade dos usuários: "Por que não gerar uma imagem digital do movimento das rodas ao longo de todo o dia e enviá-la para a internet?", sugere a empresa.
Talvez isso seja divertido, mas fechar os vidros e ligar o ar-condicionado quando o motorista ligar o limpador de pára-brisas poderia ser mais útil.
Ford lança plataforma aberta de acesso aos carros
A empresa parece ter sido cautelosa nos acessos liberados até agora. Afinal, um acesso irrestrito ao automóvel abre riscos sérios de segurança. [Imagem: Ford]

Por enquanto estão disponíveis "mais de uma dúzia de diferentes medições em um número crescente de modelos de veículos".
"Nenhuma empresa sozinha consegue pensar em todas as possibilidades de aplicativos, e é por isso que a OpenXC dará a liberdade de experimentação para os desenvolvedores," diz a Ford no site da plataforma OpenXC, que está disponível no endereço http://openxcplatform.com/.

Vírus para carros

A empresa parece ter sido cautelosa nos acessos liberados até agora. Afinal, um acesso irrestrito ao automóvel abre riscos sérios de segurança.
Por exemplo, os motores dos carros são ajustados para um equilíbrio entre desempenho e economia, mas, com os ajustes adequados, pode-se facilmente deixar de lado a economia para se obter um rendimento muito maior, eventualmente desgastando o equipamento mais rapidamente - como ficaria a garantia nesses casos seria um assunto polêmico.
Mais sério ainda seria a possibilidade de invasão do sistema por ladrões ou usuários mal-intencionados, ou mesmo o desenvolvimento de vírus para carros - um aplicativo que desativasse o sistema de freios, por exemplo, teria efeitos literalmente desastrosos.


VW confirma produção do carro mais econômico do mundo

Fonte: Automotive Business e Folha de S. Paulo - 22/02/2013
Em comunicado divulgado ontem (21), além de diversas imagens, a Volkswagen revelou informações técnicas do modelo com portas de abertura vertical, o terceiro projeto ecologicamente correto desenvolvido pela fabricante alemã, que já apresentou em 2002 o 1-Litre e, em 2009, o L1, exibido como protótipo no Salão do Automóvel de São Paulo em 2010. 
 
O veículo tem motor de 800 cc e dois cilindros com turbocompressor, capaz de alcançar 48 cavalos de potência. O propulsor trabalha em conjunto com um elétrico abastecido por bateria de íon-lítio de 5.5 kWh e que gera 27 cavalos. Juntos, fazem o conversível acelerar de 0 a 100 km/h em 12,7 segundos, atingindo velocidade máxima de 160 km/h, limitada eletronicamente. O híbrido possui transmissão de sete velocidades e embreagem dupla. A emissão de CO2 é de apenas 21 g/km (ciclo europeu). 
 
Fora a motorização, a Volkswagen explica que o design do XL1 também foi crucial para tamanha redução de consumo. Com 1,15 metro de altura, 3,8 de comprimento e 1,6 de largura, ele tem coeficiente aerodinâmico de 0,18 e pesa apenas 795 quilos graças a uma carroceria feita com painéis reforçados de fibra de carbono. 
 
A montadora afirmou que planeja produzir versões do compacto Up! com tecnologia semelhante. 
 

Setor de petróleo e gás movimenta os fornecedores

Fonte: Valor Econômico - 22/02/2013


O Rio Grande do Sul concentra esforços em torno de um objetivo ambicioso: o desenvolvimento de uma complexa indústria oceânica, envolvendo grandes estaleiros para construção de embarcações, cascos e plataformas de petróleo, inicialmente na área do Porto Rio Grande, no extremo Sul do Estado, mais recentemente no município de São José do Norte, em frente ao superporto e, agora, em Charqueadas, às margens do rio Jacuí, na Grande Porto Alegre.
Tudo em sintonia com fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo e gás, que também pretendem aproveitar os volumosos investimentos previstos pela Petrobras, em torno de US$ 236 bilhões nos próximos quatro anos, prioritariamente, para exploração e produção de petróleo e gás natural.
 
O movimento é acelerado. Num terreno de 360 mil m2, próximo a Charqueadas, a IESA Óleo&Gás ergue sua planta para fabricação e montagem dos módulos de compressão de gás que serão instalados nas primeiras seis plataformas de exploração das jazidas do pré-sal. É parte do contrato da IESA com a Petrobras, de US$ 720 milhões, mas que pode chegar a US$ 911 milhões, com fornecimentos adicionais.
 
A IESA está gastando R$ 80 milhões na obra, que deverá estar pronta em março para o início de fabricação das estruturas metálicas. "O canteiro deverá ter aproximadamente 1,6 mil pessoas, mas já recebemos mais de 4,5 mil currículos de profissionais de várias regiões interessados em trabalhar no polo de Jacuí", diz João Alves de Oliveira, gerente de construção da empresa.
 
Mão de obra abundante e qualificada e boas condições geográficas favorecem a atração de investimentos para a criação de novos polos, avalia Aloísio Nóbrega, vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). "A estratégia para consolidação da indústria offshore é apostar na ampliação de localização geográfica da indústria oceânica, espalhando o conceito para outros pontos da Bacia Hidrográfica Sul, ligada à Lagoa dos Patos, mitigando os impactos ambientais e urbanos", explica.
 
Uma das primeiras providências, segundo Nóbrega, é o desdobramento do complexo portuário em Rio Grande para o vizinho município de São José do Norte, que possui canal com calado acima de 14 metros e uma área ainda não explorada.
 
O Estaleiros do Brasil (EBR), associado ao grupo japonês Toyo Engineering Corporation, está prestes a ser declarado vencedor de uma licitação para construção de duas plataformas para a Petrobras - contratos estimados em US$ 1,3 bilhão - e deve investir R$ 1,2 bilhão na construção em São José do Norte de uma planta de 1,5 milhão de metros quadrados, um dique seco e dois pórticos, que, juntos, poderão içar 1,6 mil toneladas. Terá seis mil empregados.
 
"O superporto de Rio Grande já está congestionado e toda a área está saturada por investimentos públicos e privados", diz Nóbrega. De fato, no momento, quatro estaleiros ocupam a região de Rio Grande: a Quip, atualmente com três plataformas em construção, a Queiroz Galvão, com contratos de US$ 1,3 bilhão para uma plataforma, a Ecovix, com dois estaleiros para cascos do pré-sal e navios sondas, contratos no total de US$ 5,4 bilhões, e a Wilson Sons, que vai construir um estaleiro semelhante ao que tem em Guarujá (SP), para produzir e restaurar embarcações de apoio à exploração de petróleo e gás, como rebocadores e navios de médio porte. Seu investimento numa área de 120 mil metros quadrados será de R$ 259 milhões.
 
Por Genilson Cezar/ Valor Econômico 
 

Os engenheiros mais procurados do país

Fonte: Exame.com - 22/02/2013

 
A freada econômica do ano passado também freou o ritmo de contratações de engenheiros. É o que afirmam headhunters consultados pela Exame. Mas, segundo eles, isso não significa que não há espaço para os profissionais de engenharia.
Ao contrário: entre as 30 profissões mais promissoras para 2013, segundo levantamento da publicação, dez são ligadas à área de engenharia. E muito disso é por conta descompasso entre oferta de profissionais disponíveis e a demanda das companhias.
O gargalo, segundo os especialistas, não é tanto a formação, mas a experiência do profissional. “Diferente de uma área financeira que tem muita gente nova, a engenharia precisa de pessoas experientes”, afirma Rodrigo Falcão, gerente da Hays no Rio de Janeiro.  
Por isso, boa parte das oportunidades profissionais que chegam nas consultorias de recrutamento consultadas exigem conhecimentos que apenas a vivência de mercado pode oferecer. “As posições que estamos falando dependem do quão específico o profissional é”, afirma Giuliano Carcagnoli, da Futurestep. 
Confira a seguir os cargos de engenharia que, de fato, continuam em alta em algumas regiões do país, de acordo com a percepção dos headhunters consultados pela Exame:
Diretor de obras de infraestrutura
O diretor de obras de infraestrutura tem a missão de acompanhar todo o cronograma e tirar o empreendimento do papel. “Todo o planejamento da obra é responsabilidade dele, desde a compra de materiais, passando por custo até a visão de tudo o que está sendo feito”, afirma Fernanda Campos, diretora-executiva da Mariaca. O profissional deve ter formação em engenharia civil e experiência no setor.  
Diretor de licitações
O profissional atua em obras de infraestrutura e de energia e é responsável por estruturar a proposta da empresa para a licitação da obra. “Ele tem que entender de custos, planejamento, precisa ter uma visão muito boa do cronograma”, afirma a especialista da Mariaca. 
“Tem que ter muita habilidade e penetração nos meios de negociações comerciais com o governo e ao mesmo tempo ser muito técnico”, afirma Daniela Ribeiro, da Robert Half. E, segundo Falcão, principalmente, muita experiência. “Se ele não viveu uma obra de grande porte, como irá precificar?”, diz. 
Gerente de projetos
Trabalha principalmente em obras de infraestrutura e no setor de óleo e gás. Este é o profissional que tirará o projeto do papel, de acordo com Raphael Falcão, da Hays no Rio de Janeiro. “É a pessoa que conhece de tudo um pouco”, diz Daniela Ribeiro, da Robert Half.
“É um engenheiro de qualquer tipo de especialidade com background técnico na área em que está gerenciando o projeto e com certificações”, afirma Diego Mariz, da Michael Page. Na exploração do petróleo, segundo Falcão, geralmente, esta etapa é desenvolvida por equipes multidisciplinares. 
Diretores e gerentes de operações
Esse profissional atua em usinas hidrelétricas e eólicas. “Ele olha toda a cadeia de produção até chegar no produto final”, afirma a diretora-executiva da Mariaca. “A responsabilidade é garantir que o site está operando, rodando dentro da disponibilidade correta”, diz Diego Mariz, gerente da Michael Page. Sua formação deve ser em engenharia elétrica com background técnico dentro do setor de energia.
Engenheiros para manutenção
Trabalha no setor de óleo e gás (principalmente em plataformas de petróleo) e na indústria pesada. “A manutenção constante dos equipamentos em operação é feita pelos engenheiros”, diz Falcão, da Hays. “Eles são os responsáveis pela disponibilidade dos equipamentos”, afirma Diego Mariz, gerente da Michael Page. Os engenheiros devem ter bom nível técnico e a formação varia de acordo com o setor. 
Diretor de tecnologia
Atua no departamento de tecnologia das empresas. Esse departamento foi repaginado nos últimos anos e migrou de um papel de apoio para uma posição estratégica dentro das corporações.
“Ele ajuda a empresa a vender mais, melhora a qualidade do produto e faz com que a empresa chegue a mercados que não alcançava antes”, afirma Falcão, da Hays. Afinal, “é a tecnologia que otimiza a operação, desocupa postos de trabalho, reduz custos e aumenta a eficiência”, afirma Rodrigo Forte, da Exec. 
Por conta disso, agora, não basta ser um exímio técnico, o engenheiro que atua neste setor tem que ter uma excelente visão do negócio e boa capacidade de negociação. “Ele tem que entender dos negócios para poder trazer soluções no uso da tecnologia”, afirma Fernanda, da Mariaca. “Esta função, hoje, pede uma formação mais científica e complexa porque é um mercado em intensa inovação”, afirma a especialista da Mariaca.
Engenheiro ambiental
Esse profissional vem sendo demandado principalmente pelos setores químico e petroquímico, embora também possa atuar em outros segmentos.
A expectativa é que, nos próximos anos, mais empresas separem a área ambiental do setor de segurança de trabalho, de acordo com Daniela Ribeiro, da Robert Half. “O profissional precisa primeiro entender o negócio da companhia, os produtos e impacto no meio ambiente para, então, reformular os processos”, afirma a especialista da Mariaca. 
Atualmente, no entanto, a maioria das empresas mantém estas duas áreas unidas. Neste caso, o papel do profissional vai desde “manter a operação sem acidentes até garantir que a área produtiva não afete o ambiente evitando desperdícios, fazendo tratamento de resíduos”, afirma Diego Mariz, da Michael Page. 
O profissional deve ser engenheiro ambiental ou engenheiro químico com pós em ambiental, segundo o especialista da Robert Half.
Por Talita Abrantes/ Exame.com

Carro elétrico brasileiro usará bateria de sódio


Carro elétrico brasileiro usará bateria de sódio
.[Imagem: Itaipu Binacional]


Com informações da FINEP - 22/02/2013


Projeto temperado

O primeiro carro elétrico inteiramente desenvolvido no Brasil terá um diferencial em relação aos estrangeiros: uma bateria de sódio.
A bateria é totalmente reciclável e composta de matérias abundantes na natureza.
O projeto está sendo concebido pela Itaipu Binacional, com financiamento da Finep - Agência Brasileira da Inovação, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O desenvolvimento da bateria é 100% brasileiro, enquanto o do carro elétrico é uma parceria entre
empresas nacionais e estrangeiras, capitaneada pela Itaipu.

Bateria de sódio

A bateria de sódio pesa apenas um terço da bateria de chumbo tradicional.
Segundo os engenheiros, ela é mais adequada ao clima dos trópicos e pode também ser usada em sistemas de armazenamento de energia geradas por fontes renováveis, como energia solar e energia eólica.
"Optamos por uma matéria-prima que estivesse presente em abundância em todos os lugares. A fonte do sódio nada mais é do que sal de cozinha. As baterias de lítio ou chumbo são muito agressivas à natureza. o veículo elétrico em si não polui o planeta, mas precisamos olhar todo o ciclo," disse o engenheiro Celso Novais, coordenador do projeto.
A japonesa Toyota, por sua vez, anunciou recentemente que preferiu usar o magnésio em vez do sódio, para obter mais carga.
De acordo com Novais, a primeira fase do projeto deve ser finalizada até meados de 2014.