sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mercado pede engenheiros com melhor formação

Fonte: Valor Econômico - 17/05/2013
A previsão de que o setor de construção civil poderá ter um apagão de engenheiros, caso seja confirmada, não acontecerá por falta de mão de obra qualificada, mas pelas novas exigências que o mercado está impondo aos profissionais para acelerar a industrialização do setor. "Não existe escassez de talentos", diz a presidente da consultoria de busca de executivos Dasein, Adriana Prates.
De acordo com ela, todas as áreas de engenharia permanecem em alta, mas o mercado está mais exigente e elevou seus critérios de seleção. "Apenas o diploma não é mais garantia de emprego. É preciso mais", afirma.
 
Os números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a procura por cursos de graduação em engenharia cresceu 44% entre 2009 e 2011. Em seis das 40 especialidades em engenharia - civil, produção, mecânica, elétrica, ambiental e petróleo -, a procura cresceu 68% no mesmo período, concentrando 72% do total de alunos de engenharia em 2011. A civil foi a que mais teve alunos matriculados em todos os anos e a que mais aumentou o número de estudantes. Foram 68.654 vagas a mais em 2011 em relação a 2009. Mas a evasão é uma preocupação. Enquanto a área de engenharia, produção e construção representou 11,3% de todos os alunos matriculados em todos os cursos de ensino superior em 2011, os concluintes dessa mesma área representaram apenas 6,4% do total.
 
O número de concluintes do ensino superior geral, no entanto, registrou um aumento de 4,4% em 2011 em relação a 2010 segundo o Censo. Na Universidade Federal de Pernambuco (UF-PE), a evasão vem diminuindo. O professor Bernard Bulhões Genevois, coordenador das engenharias do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), afirma que houve aumento de interesse e melhora no nível dos alunos. "Alunos que iam para os cursos de administração e medicina, por exemplo, agora estão vindo para engenharia", diz Bernard.
 
Em 2008, a universidade formou a metade dos 120 alunos que entraram para o curso de engenharia civil cinco anos antes. Este ano, a previsão é de formar 90 dos 120. "Ainda não é o mundo perfeito, mas estamos avançando". Para ele, o que motiva a evasão não é apenas a falta de preparo do estudante para lidar com números, mas também as dificuldades a universidade impõe ao aluno, como carga horária elevadas.
 
Se por um lado a promessa de haver mais graduados em engenharia civil no Brasil nos próximos anos parece factível, por outro a busca pelo profissional com melhor preparo continua difícil. "Ao mesmo tempo em que a demanda cresceu 25% em três anos aqui dentro, o tempo médio de busca do profissional na área de engenharia passou de 35 para 45 dias", diz Frederio Moraes, especialista do mercado de construção civil da consultoria em recrutamento ASAP.
 
Essa média também subiu na consultoria em recrutamento Hays, que em 2010 era de 80 a 90 dias e neste ano pulou para 100 a 120 dias. "A única explicação para essa demora são os critérios dos empregadores que também se ampliaram", diz Caroline Cadorin, gerente da Hays em Campinas (SP). Helena Camila Magalhães, diretora da consultoria Fesa, do Rio, diz que "quando a gente procura uma pessoa com 20 anos de experiência, ainda existe uma grande dificuldade".
 
Na opinião de Felipe Calbucci, gerente de propriedade e construção da consultoria em recrutamento Michael Page, empresas que têm dezenas ou centenas de canteiros de obras pelo país não têm engenheiros que acompanhem uma edificação do começo ao fim. "Que é exatamente o que o mercado exige para cargos de gestão, alguém com visão de produção, planejamento, orçamento, de custos, de segurança de trabalho e meio ambiente", diz Calbucci. Ele acredita que essa dificuldade de encontrar engenheiros civis deve perdurar ainda por 10 anos. Afinal, são cinco anos de faculdade para se formar e as obras de edifícios residenciais ou corporativo levam pelo menos 18 meses, dependendo da complexidade. "Quem está entrando na faculdade hoje só vai ficar pronto e bem treinado em nove anos".
 
Por Luiz de França/ Valor Econômico

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Saneamento básico e energia elétrica são essenciais para as megacidades

As megacidades têm desafios tão grandes quanto seu tamanho e complexidade. Três deles são especialmente complexos e precisam ser endereçados o quanto antes pelas grandes cidades brasileiras, sob pena de queda no bem-estar da população e aumento dos custos de vida das pessoas e de operação das empresas: água, esgoto e energia elétrica.

A constatação foi feita por especialistas brasileiros e alemães no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a congênere alemã BDI e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo (SP), de hoje até terça-feira (14).

"Captação, tratamento e distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto em grandes cidades são o desafio das empresas do setor. É um desafio tecnológico e de gestão", explicou Dilma Pena, presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A sustentabilidade das cidades, em termos de abastecimento de água e energia elétrica, de mobilidade urbana, segurança pública, bem-estar social e econômico é cada vez maior, tendo em vista que 80% do PIB brasileiro é gerado nas cidades, que ocupam 2% do território nacional.

As empresas brasileiras do setor de saneamento básico precisam, sobretudo, atuar com tecnologia e ter gestão moderna, defendeu Dilma Pena. Esses são, de acordo com ela, os principais obstáculos enfrentados pela maioria das 26 empresas estaduais de saneamento. "De dez a 12 operam em um nível médio de eficiência. As demais não têm capacidade de investimento, plano de negócios estruturado e metas de universalização", disse.

A presidente da Sabesp ainda recomendou: "É necessário proporcionar condições a essas empresas que operam em todo o país, em todas as grandes cidades brasileiras, a implementar tecnologia em todos os processos, a ter automação e a melhorar a gestão."

GESTÃO -
Dieter Ernst, membro do conselho da German Water PArtnership, concordou com o ponto de vista de que existe um grave problema de gestão. "Não acontece só no Brasil. É no mundo todo. Em Hamburgo, um projeto inovador de tratamento de água está há mais de um ano atrasado por um problema de gestão das administrações municipais. A tecnologia existe e o recurso financeiro também. Só não evolui por um problema de gestão", afirmou.

Outro problema notado pelos especialistas, tanto no caso da água quanto no da energia, é o desperdício. Paulo Stark, presidente da Siemens do Brasil, citou que uma média de 36% da água tratada nas diversas cidades se perde na distribuição e em vazamentos não-detectados. "Na energia elétrica, há um desperdício de cerca de 10% na transmissão e distribuição e, em algumas cidades, de 30% a 40% nas perdas não-técnicas", disse, referindo-se ao popular "gato" elétrico.

A defesa de todos é a melhoria do sistema, o combate à fraude e, principalmente, a conscientização da população e do empresariado. "Muitas vezes as empresas não têm um programa de eficiência energética e não cobram do funcionário a economia. É preciso evitar esse desperdício", afirmou Paulo Stark.

A Sabesp, segundo Dilma Pena, conquistou uma redução de 14% no desperdício per capita de água nos últimos dez anos por meio de uma campanha de conscientização feita na mídia. "Um excelente resultado", ponderou Dilma.

Rio cria grupo para viabilizar fábrica de carros elétricos

Fonte: Automotive Business - 15/05/2013
Se depender dos esforços do governo do Rio de Janeiro, a japonesa Nissan também irá produzir no Estado o elétrico Leaf, que já roda como táxi no País. Seria um investimento adicional de R$ 400 milhões na planta de Resende (RJ), onde já está confirmada a produção dos modelos March e Versa a partir do primeiro semestre de 2014. A fábrica fluminense está em construção desde 2011, recebe aportes de R$ 2,6 bilhões e terá capacidade inicial 200 mil veículos/ano.
No dia 16 de abril, o governo do Rio publicou no Diário Oficial um decreto para oficializar a criação do GT Veículos Elétricos, um grupo de trabalho que estuda desde maio a infraestrutura necessária e a localização ideal para a implantação de uma fábrica de veículos elétricos no Estado. Coordenado pelo Programa Rio Capital da Energia, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedeis), o grupo conta com representantes de várias secretarias estaduais, das empresas Nissan, Petrobras, Light, Ampla e da Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro (Rio Negócios). 
 
Maria Paula Martins, coordenadora do Programa Rio Capital da Energia, explica que a partir dos estudos do grupo é que seria viabilizada uma planta de elétricos da Nissan, pioneira nesse tipo de veículo no mundo. “O Estado não teria participação nessa fábrica. O investimento é privado”, adianta. Mas incentivos do governo estadual poderão ser concedidos, como já vem acontecendo com outras montadoras, que têm parte do ICMS financiado durante fase de investimento, por exemplo. 
 
De acordo com informações da Agência Brasil, a Nissan já confirmou um investimento de cerca de R$ 400 milhões para a nova fábrica durante o lançamento do programa de táxis elétricos na cidade do Rio, no início de março, que colocará numa primeira fase dois Leaf e, até o fim do ano, mais 13 em circulação na capital fluminense. 
 
Procurada por Automotive Business, a assessoria de imprensa da Nissan diz que ainda não tem nada a declarar sobre o assunto, mas que em junho algumas novidades serão anunciadas, dando a entender que a fábrica pode sim sair do papel e dos diálogos do grupo GT Veículos Elétricos.
 
Por Camila Franco/ Automotive Business

IBGE: SP lidera recuperação da indústria no País

Por Jacqueline Farid
A estrutura diversificada da indústria paulista está possibilitando uma aceleração da expansão da produção do setor em São Paulo, segundo observou o economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. Ele destacou que a região, impulsionada sobretudo pelo aquecimento do mercado doméstico, está liderando a recuperação industrial no País.Macedo exemplificou que as atividades que estão puxando o crescimento industrial em nível nacional, como bens de consumo e máquinas e equipamentos, têm forte peso na indústria paulista, que registrou expansão da produção de 2,2% em fevereiro ante janeiro, acima da média nacional de 1,5% no mesmo período. Além disso, de acordo com ele, como a indústria em São Paulo é muito diversificada, o espalhamento do crescimento da produção industrial que vem ocorrendo nos últimos meses no País beneficia os resultados na região.
O economista explicou também que o crescimento da indústria em nível nacional foi assegurado em fevereiro ante janeiro, apesar da queda na produção em sete das 14 regiões nessa base de comparação, porque os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, que representam 60% da produção nacional, registraram crescimento no período.
Macedo destacou o forte aumento na produção apurado em todas as 14 regiões pesquisadas em fevereiro, comparativamente a igual mês do ano passado, e vincula as expansões "a uma ampliação de ritmo do crescimento produtivo, conjugado a uma base de comparação muito baixa de 2009".

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Coreanos criam câmera que fotografa barulho

Fonte: Inovação Tecnológica - 09/05/2013
Engenheiros coreanos criaram uma câmera de som, uma câmera capaz de gerar imagens em cores dos sons emitidos por uma fonte qualquer. A câmera sonora sobrepõe contornos, similares aos gerados por câmeras termais, sobre uma imagem do carro, ou qualquer outro equipamento, mostrando a origem dos diversos ruídos.
Segundo Seok-Hyung Bae e Young-Key, do instituto Kaist, esta é a primeira câmera de som portátil do mundo. Ela poderá ser usada para detectar barulhos vindos de qualquer tipo de veículo, equipamentos industriais, aparelhos domésticos etc.
 
Câmera de som portátil
 
A câmera de som é leve e pequena o suficiente para ser usada nos mais diversos ambientes - ela pesa 1,78 kg e mede 39 x 38 centímetros. A câmera em formato pentagonal tem cinco conjuntos espirais com 30 microfones digitais de alta sensibilidade, capazes de detectar fontes de ruído transientes e estacionários.
 
Um hardware dedicado, baseado na tecnologia FPGA, analisa as ondas sonoras dos diversos microfones, reconstruindo o caminho das ondas até sua origem. Uma câmera digital comum é instalada no centro da câmera de som, para que a imagem final possa ser uma sobreposição da imagem dos sons sobre a imagem real do aparelho que está sendo examinado, permitindo a identificação precisa da origem de cada ruído.
 
"Ruídos anormais provenientes de equipamentos industriais têm frequências relativamente elevadas. Nosso aparelho tem uma faixa de medição de frequências altas entre 350 Hz e 12 kHz, o que permitiu reduzir seu tamanho e peso em 60% e 70%," disse o Professor Bae.
 
Com a ajuda do instituto onde trabalham, os pesquisadores criaram uma empresa, a SM Instruments, para comercializar a nova câmera de som portátil.
 

domingo, 12 de maio de 2013

Manutenção preditiva

Em meio a alguns passeios por entre os mais variados sites e videos encontrei um canal dentro de um site de videos que retrata de uma forma bem prática as formas de manutenção preditiva que poderá ajudar de uma forma muito interessante no entendimento deste tipo de manutenção que é a forma mais economina de manutenção entre as 3 principais: manutenção corretiva, preventiva e preditiva.
Neste tipo e manutenção a prioridade é conseguir prever até quando certo componente suporta o funcionamento antes da quebra, pois o tempo de troca de certo componente pode variar junto ao tipo de de trabalho realizado e de sua severidade de utilização, que é muito bem retratado no Canal papos de preditiva.

UTILIZAÇÃO DO ENSAIO DE EMISSÃO ACUSTICA NA INDÚSTRIA



Este trabalho didático entregue no curso de pós graduação em engenharia de manutenção industrial, consiste na descrição do ensaio de emissão acústica, bem como a sua utilização na indústria com algumas demonstrações praticas do ensaio. Demostrando alguns métodos de detecção de descontinuidades como trincas e outras falhas estruturais do equipamento testado. Pode ser visto em:

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Gerador de pistão livre dá mais liberdade aos carros elétricos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/03/2013


Gerador de pistão livre dá mais liberdade a carros elétricos



O motor de pistão livre com gerador incorporado agora será retirado de sua bancada de testes para se transformar em um protótipo para testes de campo. [Imagem: DLR]
 
Extensor de autonomia

Engenheiros do Centro Espacial Alemão (DLR) criaram um tipo inteiramente novo de motorização capaz de aumentar a autonomia dos veículos elétricos.
Trata-se de um gerador linear de pistão livre.
É essencialmente um motor a combustão dedicado a gerar eletricidade para alimentar carros elétricos quando as baterias ficam descarregadas.
A diferença é que, com um pistão livre, o motor é muito mais simples, dispensando biela, virabrequim, comandos de válvulas e todos os outros componentes grandes e pesados dos motores tradicionais.
Ele se enquadra em uma categoria chamada "extensores de autonomia" dos veículos elétricos - a intenção é substituir os motores elétricos usados nos atuais carros híbridos, que misturam motores a combustão, geradores e motores elétricos.

Motor linear de pistão livre

A maior vantagem do motor de pistão livre é que ele aceita virtualmente qualquer tipo de combustível, líquido ou gasoso.
O conceito não é novo, mas só agora ele se mostrou funcional, graças ao que os engenheiros da DLR chamam de "mola de gás" - o mecanismo que faz com que o pistão volte depois da explosão funciona com base em um gás.
O gerador linear de pistão livre retira a energia do combustível de forma similar a um motor de carro convencional. Contudo, em vez de converter o movimento linear dos pistões em movimento rotacional de um eixo, ele gera eletricidade diretamente.
A ignição detona a mistura ar-combustível dentro de uma câmara de combustão, que se expande e empurra o pistão em direção às molas de gás, que desaceleram o pistão e o mandam de volta.
Esse movimento linear faz com que um ímã passe no interior de um conjunto de bobinas, gerando eletricidade.

Combustível líquido ou gasoso

O sistema de controle criado pelos engenheiros alemães controla o movimento do pistão com uma precisão na casa dos décimos de milímetro, permitindo ajustar a taxa de compressão, a velocidade do pistão e a capacidade cúbica da câmara de combustão.
Isso significa que praticamente qualquer combustível pode ser utilizado, incluindo gasolina, diesel, etanol, gás natural ou hidrogênio.
Outra vantagem é que o funcionamento do gerador - e o combustível que ele consome - pode ser ajustado continuamente, de acordo com o padrão de uso do carro elétrico.
A grande vantagem dos extensores de autonomia é que eles substituem os conjuntos motor/gerador dos veículos híbridos atuais, muito mais pesados, e permitem a construção de veículos elétricos com conjuntos de baterias menores, mais leves e mais baratos.
"Com nosso demonstrador funcional, nós mostramos pela primeira vez que nosso princípio de gerador linear de pistão livre pode ser implementado. No próximo passo, precisaremos trabalhar com a indústria para desenvolver essa tecnologia e construir um protótipo," disse Horst Friedrich, coordenador do projeto.
 

Novo carro voador poderá alcançar velocidades de até 300 km/h

Fonte: TecMundo - 07/05/2013
Nomeado TF-X, o carro híbrido da Terrafugia terá decolagem vertical (como um helicóptero) e poderá chegar a velocidades de até 300 km/h. O veículo utilizará um motor elétrico para ajudar na sua decolagem e um movido a gasolina na hora de pilotar.
 
Não será necessário ter licença para pilotar, já que o TF-X contará com diversos dispositivos de piloto automático para deixar todos tranquilos. Porém, caso o computador falhe, as coisas podem ficar um tanto quanto complicadas para o motorista.
 
No momento, o TF-X ainda está na fase inicial de seu desenvolvimento, mas a Terrafugia acredita que os possíveis problemas poderão ser contornados e ele será produzido. De acordo com a empresa, os pedidos pelo carro voador começarão a ser atendidos entre 2015 e 2016.
 
Por André Luiz Pereira/ Tecmundo

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Lataria de carros elétricos armazena energia


Lataria de carros elétricos armazena energia

Cada camada do compósito funciona como um eletrodo, entre os quais os íons de lítio fluem, armazenando e liberando a energia. [Imagem: Imperial College London]

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/04/2013

 
Elétrico na alma e no corpo
Em 2010, engenheiros europeus anunciaram o desenvolvimento de uma tecnologia que poderá armazenar energia na lataria dos carros.
Isso pode mudar o panorama dos veículos elétricos porque as baterias não são apenas caras, elas são também muito pesadas.
Assim, uma parte substancial de sua energia é consumida para carregar seu próprio peso - um Tesla Roadster, por exemplo, que pesa 1.200 quilogramas (kg) está carregando nada menos do que 450 kg só de baterias, mais do que um carro de passeio é capaz de transportar.
Agora, a mesma equipe está apresentando os resultados finais de seu trabalho.
Segundo Emile Greenhalgh, do Imperial College de Londres, o quadro atual dos carros elétricos e suas baterias  pesadas poderá mudar quando a lataria dos carros for construída com materiais compósitos capazes de armazenar energia.
"Isso poderá significar nos livrarmos totalmente das baterias e alimentar um carro elétrico unicamente a partir de seu monobloco," disse ele.

Lataria elétrica

Em parceria com a montadora sueca Volvo, os pesquisadores embutiram seu novo material, que funciona como um capacitor, em um compósito estruturalmente resistente, que foi então utilizado para produzir partes do chassi de um carro.
As peças da lataria são fabricadas com várias camadas de fibra de carbono separadas por uma fibra de vidro rígida, que serve como isolante elétrico.
No interior do sanduíche é colocada uma resina rica em íons de lítio.
Cada camada funciona como um eletrodo, entre os quais os íons de lítio fluem, armazenando e liberando a energia.
"O grande desafio foi encontrar novas formas de reforçar os materiais sem diminuir a quantidade de energia armazenada entre eles. Nós agora sabemos como armazenar a energia. O próximo passo terá a ver com a potência, ou seja, com a velocidade de liberação da eletricidade, além de melhorar as propriedades mecânicas do material," disse Greenhalgh.

Bateria estrutural

A "lataria elétrica" - tecnicamente os engenheiros chamam a tecnologia de bateria estrutural - está começando a ser montada em um modelo experimental.
Apenas uma peça de 6kg, responsável por distribuir ar para o motor, foi substituída por outra de compósito que, além de armazenar energia, pesa apenas 2,5 kg, mostrando o potencial da tecnologia quando mais peças do carro forem substituídas pela lataria elétrica.
Lataria de carros elétricos armazena energia
O carro de corrida elétrico Lola-Drayson foi um dos primeiros a usar a tecnologia das baterias estruturais. [Imagem: Lola]seus preços.
Recentemente, engenheiros alemães desenvolveram uma tecnologia que permite fabricar peças de fibras de carbono em larga escala, eventualmente levando a uma redução nos 

Holandeses planejam estradas do futuro


Holandeses planejam estradas do futuro
Estradas com faixas para recarregar os veículos elétricos enquanto rodam estão na agenda de diversas projetistas, engenheiros e até montadoras.[Imagem: Studio Roosegaarde]
Com informações da BBC - 03/05/2013

Tecnologia nas estradas


Há décadas montadoras se esforçam para melhorar a tecnologia de seus carros. As condições das estradas, porém, parecem não ter evoluído no mesmo ritmo.
Agora, dois holandeses prometem mudar essa realidade com inovações como placas luminosas com alertas para condições meteorológicas adversas e uma pista que recarrega carros elétricos conforme eles andam.
Daan Roosegaarde, um artista conhecido por seus projetos excêntricos, e Hans Goris, diretor de um escritório de engenharia, já se envolveram em outros projetos ousados no passado - particularmente Roosegaarde, que chegou a desenvolver uma pista de dança com luzes ativadas pelos pés dos baladeiros e um vestido que fica transparente quando a mulher fica excitada.
A nova aposta da dupla, porém, são tecnologias que, segundo eles, podem revolucionar a construção e uso de estradas - eles não estão desenvolvendo as tecnologias, apenas tentando trazer tecnologias já desenvolvidas, ou em desenvolvimento, para o mundo real.
O projeto foi batizado de "Rota 66 do futuro" - uma alusão à icônica estrada norte-americana que até os anos 80 ligava Chicago a Los Angeles.
"Sempre me impressionou o fato de que gastamos bilhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para os carros, mas as estradas ficaram completamente imunes a esse processo", diz Roosegaarde. "Nessa área, ainda estamos presos na Idade Média."
Iluminação nas estradas
Uma das inovações vislumbradas por Roosegaarde é uma pintura de estrada que emitiria uma luz forte no escuro, dispensando a instalação de postes de luz nas estradas - em vários países europeus, as estradas são iluminadas como as ruas.
"Quando começamos este projeto, Heijmans estava tentando criar uma luz de rua que funcionasse por meio de painéis solares.
"Fiz com que ele considerasse outras opções. Como é que uma água-viva emite luz, por exemplo? Elas não têm painéis solares, nem conta de energia.
"Voltamos à prancheta de projetos e saímos com a ideia dessas tintas que 'se carregam' durante o dia e emitem luz à noite," explicou Roosegaarde.
Mas ter a ideia é uma coisa - e transformá-la em realidade, é outra. E é nesse desafio, que a experiência de Goris pode fazer a diferença.
Segundo o engenheiro, uma das opções para criar as tais placas luminosas, por exemplo, seria misturar na sua tinta grandes quantidades de um cristal especial, que contém aditivos como o európio.
Outra tecnologia que já está sendo testada diz respeito ao uso de uma mistura de tinta termossensível para criar grandes placas de sinalização em formato de flocos de neve que avisariam aos motoristas sobre a presença de gelo na pista.

Estrada que recarrega energia
Holandeses planejam estradas do futuro
Tintas que brilham para indicar condições da estrada estão entre as ideias que os dois holandeses pretendem divulgar e, sepossível, implementar. [Imagem: Studio Roosegaarde]

Também há um grande entusiasmo dos dois holandeses em relação ao projeto das estradas magnéticas, com uma pista exclusiva para carros elétricos com bobinas que carregariam as baterias dos veículos conforme eles rodam.
A ideia de recarregar os carros elétricos em movimento, usando eletricidade sem fios, não é nova - a Coreia está testando trens elétricos sem fios e pesquisadores japoneses recentemente mostraram que os carros elétricos podem receber energia pelos pneus.
"Não acho que cada autoestrada holandesa terá uma pista como essa, mas poderíamos pensar em ter isso em alguns lugares específicos", diz Goris.
Uma quarta ideia que a equipe holandesa pretende desenvolver até 2015 diz respeito a implantação de pequenas turbinas em locais estratégicos das estradas para usar o vento gerado pela passagem dos veículos para acender lâmpadas de sinalização.
"Descobrimos que, principalmente na frente e no fim de túneis, há muito vento e poderíamos usar esse movimento de ar (para gerar energia)", acredita Roosegaarde.
Ainda é cedo para saber quanto dessas ideias sairão do papel. "Mas, a menos que alguém esteja disposto a assumir o risco de ter ideias que à primeira vista parecem impossíveis, nunca progrediremos", opina Bill Thompson, especialista em tecnologia da BBC.

Inovar ou planejar?

Fonte: Flávio L. S. Lima
A inovação carrega consigo um conceito enraizado de criatividade e liberdade de desenvolvimento. Muitos acreditam que, para que haja um ambiente inovador, há que se abrir mão de ordem e controle, em prol da livre expressão. No entanto, apesar da necessidade de um ambiente mais aberto, um negócio inovador também tem suas responsabilidades periódicas perante os seus clientes, fornecedores, colaboradores e investidores. Assim, como conciliar as responsabilidades do dia-a-dia com a necessidade de liberdade em uma organização inovadora?
Em 1933, a Toyota, até então uma indústria de máquina de teares, inaugurou a sua divisão de veículos. Apenas cinco anos depois, a empresa japonesa já produzia seus produtos de acordo com a sua filosofia: produzir apenas o que era estritamente necessário, observando o momento adequado e as quantidades certas.
 
Sob a bandeira do Sistema Toyota de Produção, a organização se desenvolveu rapidamente, apresentando resultados extraordinários para a época. Mas foi a partir de sua primeira fábrica
fora do Japão que o negócio começou a apresentar os maiores êxitos. O local escolhido? O Brasil.
 
Nas décadas de 60, 70 e 80, inovando em design, tecnologia e marketing, a empresa introduziu no mercado internacional, modelos que se tornariam líderes de vendas. A potente Hilux, o luxuoso Camry, o esportivo RAV4, o tradicional Corolla e o popular Prius, cada um focando em um público específico, foram os maiores expoentes da expansão da Toyota.
 
A motivação para a exploração de novos mercados era muito clara em seu planejamento: se tornar a maior montadora de automóveis do mundo. Então, em 2007, destronando a gigante
norte-americana General Motors, a Toyota se torna a maior empresa automobilística do mundo. O fato curioso foi que, de acordo com o seu planejamento estratégico, a tomada da liderança, em posse da General Motors desde 1934, estava prevista para ocorrer somente no ano seguinte, em 2008.
 
A Toyota sustenta a sua história de sucesso sobre três grandes pilares: a eficiência de seus processos, a inovação de suas soluções e o foco estratégico de seu negócio. Toda a inovação desenvolvida pela empresa sempre teve um foco definido e um objetivo associado. Obviamente, existiram casos de insucesso ao longo de sua história, no entanto, em virtude de seu criterioso planejamento, a empresa soube contorná-los, rumo à liderança de mercado. 
 
Para inovar, certa liberdade de desenvolvimento é oportuna, mas a mesma deve estar sempre alinhada às estratégias do negócio. Do contrário, corre-se o risco de nunca se perceber os benefícios associados a uma cultura de inovação. 
 

Conheça a nova aeronave de reabastecimento da Força Aérea dos EUA

Fonte: TecMundo - 30/04/2013


Após utilizar o modelo KC-135 Stratotanker como sua única aeronave de reabastecimento aéreo por mais de 60 anos, a USAF (United States Air Force, ou Força Aérea dos Estados Unidos) finalmente receberá uma atualização em sua frota de suporte com a chegada do Boeing KC-46A.
Sendo derivado do avião comercial Boeing 767-200, o KC-46A foi o projeto vencedor de um programa militar batizado como KC-X, organizado exclusivamente para encontrar um novo modelo de aeronave que se tornará o petroleiro aéreo padrão das forças armadas norte-americanas.
 
Além de ser o empreendimento com melhor custo-benefício para o governo dos Estados Unidos, a proposta da Boeing também impressionou pela capacidade de se manter no ar por muito mais tempo do que a de outros participantes do programa.
 
Equipado com um par de motores Pratt & Whitney 4062 e com capacidade para reabastecer duas aeronaves simultaneamente, o KC-46A suporta 58 passageiros em operações normais e até 114 em operações de contingência (sendo que são necessários três pilotos para o manejamento básico).
 
Com um investimento inicial de US$ 3,5 bilhões, a estimativa é que 18 aviões já estejam em condições de voo até agosto de 2018, com os 161 restantes sendo entregues até 2028.
 

Volvo cria sistema híbrido de volante inercial para carros de estrada


Fonte: Autoviva Portugal - 26/04/2013
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A Volvo revelou um novo sistema híbrido de volante inercial para os seus carros que afirma melhorar o consumo de combustível em 25%. A marca testou o sistema em estradas públicas e confirmou que é uma solução eficiente.
"Os resultados mostram que esta tecnologia combinada com um motor turbo de quatro cilindros tem o potencial para reduzir o consumo de combustível em até 25% em comparação com um motor turbo de seis cilindros com um nível de desempenho comparável. Dando ao condutor 80 cavalos de potência extra, faz um carro com um motor de quatro cilindros acelerar como um com uma unidade de seis cilindros", revelou o diretor de engenharia da Volvo, Derek Crabb.

A unidade Volvo utiliza um sistema de recuperação de energia cinética do volante inercial no eixo traseiro. Na travagem, o motor de combustão interna que aciona as rodas dianteiras desliga e o volante inercial gira até às 60.000 rpm. Quando o carro começa a mover-se novamente a inércia é transferida para as rodas traseiras e o motor arranca de novo.
O volante inercial é feito de fibra de carbono e pesa cerca de 6 kg com 20cm de diâmetro. O volante gira no vácuo para minimizar a fricção. E ele não é suficiente para conduzir o carro em distâncias significativas como um híbrido com bateria poderia, mas fornece energia suficiente para que o carro arranque sem usar o motor. Isso economiza o combustível normalmente utilizado para acelerar o carro. Por essa razão, o sistema é mais vantajoso na condução em cidade devido às constantes paragens e arranques.
O sistema também oferece grandes vantagens em termos de desempenho. O carro de teste S60 com um motor de quatro cilindros e o volante inercial híbrido conseguia acelerar até aos 100km/h em 5.5 segundos, o que é 0,4 segundos mais rápido do que um S60 T6.
Confira a animação criada pela Volvo sobre o sistema:
 

Honda investe em parque eólico para suprir demanda de energia

Fonte: Automotive Business - 26/04/2013
A Honda Automóveis do Brasil anunciou a construção de um parque eólico na cidade de Xangri-lá (RS), com capacidade suficiente para suprir toda a demanda de energia de sua fábrica de automóveis na cidade de Sumaré (SP). A iniciativa receberá investimento inicial de R$ 100 milhões. Xangri-lá foi escolhida por sua infraestrutura e o local definido fica a um quilômetro da linha de transmissão, por onde a energia gerada entrará no sistema.
A energia a ser produzida pode superar o consumo da Honda, o que em tese permitiria a venda do excedente. O parque terá nove turbinas de três megawatts cada, com capacidade de geração de 95 mil megawatts/hora por ano, o que equivale, segundo a fabricante, ao consumo de cidades como Aparecida e Barra Bonita (SP), com população estimada de 35 mil habitantes. A Honda não informou sua despesa anual com energia nem em quanto tempo pode amortizar o investimento.
 
Para o funcionamento do parque eólico, que começa a operar em setembro de 2014, foi criada a Honda Energy do Brasil, que será subsidiária da Honda Automóveis. O atual diretor executivo da fábrica de Sumaré, Carlos Eigi Miyakuchi, será o presidente da Honda Energy. Este é o primeiro investimento da empresa no mundo em uma estrutura para suprir a demanda de energia de toda uma unidade fabril. A Honda não comenta a possibilidade de uma segunda usina para suprir a demanda de sua fábrica de motos em Manaus (AM).

Chinesa SDLG chega ao país para disputar mercado de máquinas

Fonte: Valor Econômico - 02/05/2013
"Adicionar essa operação será rápido, já temos a rede de fornecedores e linhas de apoio, como solda e pintura", disse ao Valor o novo diretor de negócios da SDLG para América Latina, Enrique Ramírez. A Volvo comprou 70% da SDLG em 2006, como estratégia para entrar no mercado de máquinas de menor tecnologia embarcada, conhecidas como "simple tech", e viu no Brasil e na América Latina espaço para crescer nesse segmento.
"Era um segmento de mercado que não era atendido adequadamente aqui", disse Ramírez. Segundo cálculos da empresa, há quatro anos, apenas 20% do mercado brasileiro de pás-carregadeiras era de tecnologia mais simples e, atualmente, essa fatia já atinge metade dos equipamentos vendidos.
A SDLG traz pás-carregadeiras importadas ao Brasil desde 2009 e obteve um posicionamento considerável no mercado. Vendeu no ano passado 600 unidades, de um total de cerca de 5 mil equipamentos comercializados no país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Desde o ano passado, a empresa passou a trazer escavadeiras - o Brasil foi o primeiro país a receber exportações da SDLG de outro equipamento que não as pás-carregadeiras. Segundo Ramírez, a companhia viu que a escavadeira é um equipamento muito consumido no país - 6,5 mil unidades no ano passado, segundo a Sobratema - e que traz grande vantagens na nacionalização e acesso ao Finame, a linha subsidiada de financiamento de máquinas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Enquanto as pás-carregadeiras ainda são relativamente mais fáceis de se importar, por serem de menor porte - vão de seis a 18 toneladas, enquanto escavadeiras da SDLG vão de 14 a 28 toneladas.
O executivo espera que as vendas da linha de Pederneiras comecem em setembro e cheguem a cem unidades neste ano. Para 2015, se os investimentos produtivos no Brasil vierem no ritmo esperado, a meta é chegar ao volume de 500 unidades por ano.
Além da SDLG, outras fabricantes estão de olho nesse mercado. Só em escavadeiras começaram a produzir recentemente no país as coreanas Hyundai e Doosan e a chinesa Sany. A J ohn Deere, em parceria com a Hitachi, também fará o equipamento em unidade que ficará em Indaiatuba (SP).
Para se diferenciar entre as concorrentes e superar a imagem de baixa qualidade associada a equipamentos chineses, a aposta será investir em serviços. A SDLG tem seis distribuidores no Brasil. Segundo Ramírez, a vantagem é que são distribuidoras de grupos que já têm a experiência de serviços de pós-venda dos equipamentos Volvo, caso da Tracbraz, do grupo Tracbel.
A empresa ainda avaliará, até o fim do ano, trazer a fabricação de pás-carregadeiras, disse Ramírez. Outros produtos, hoje só vendidos na China (o país ainda concentra 90% das operações da SDLG), também podem vir para o Brasil nos próximos anos, como rolos compactadores.
A Volvo Construction Equipment não divulga o faturamento isolado da SDLG. Em 2012, o faturamento global da Volvo CE foi de 63,5 bilhões de coroas suecas (R$ 19,6 bilhões). Na América do Sul, as vendas somaram 3,8 bilhões de coroas suecas (R$ 1,17 bilhão).
Por Ana Fernandes/ Valor Econômico

Indústria prevê demanda por máquinas modernas

Fonte: Valor Econômico - 02/05/2013


As máquinas que trabalharão no campo brasileiro nos próximos anos serão ainda maiores, mais confortáveis e sofisticadas e terão de poluir menos, para atenderem a novas normas ambientais que entrarão em vigor em 2017. Mesmo que se trate de uma tendência global de desenvolvimento, guiada por grandes multinacionais, essa modernização tende a se acelerar no país nos próximos anos, em razão das boas perspectivas para o agronegócio e da promessa de ganhos de eficiência nas lavouras e lucros para as indústrias.
As vendas internas anuais de máquinas agrícolas têm potencial para sair dos atuais R$ 4,5 bilhões para R$ 9 bilhões nos próximos dez anos, segundo estimativa de Milton Rego, diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Conforme Rego, as perspectivas levam em conta as necessidades de renovação da frota de pequenos e grandes agricultores. Atualmente, a idade média das colheitadeiras em atividade no Brasil é de dez anos, enquanto a de tratores chega a 14 anos. De acordo com as indústrias, é recomendável a atualização das colheitadeiras a cada seis anos e a dos tratores entre oito e dez anos. As máquinas mais modernas são encontradas com maior facilidade nos Estados de Mato Grosso e do Paraná, onde a mecanização das lavouras é, em média, mais avançada.
Para Rego, a lentidão no processo de renovação de maquinário é mais flagrante entre produtores cujo porte não se enquadra no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e também os maiores que não têm fôlego o suficiente para acessar o crédito disponível. E, em um país onde a mão de obra é cada vez mais escassa e as perdas mecânicas médias nas colheitas chegam a 4%, de acordo com a Embrapa, qualquer equipamento novo que promete reduzir esse percentual para 0,5%, como muitos dos atuais lançamentos, demanda sempre haverá, inclusive no caso desses clientes.
Embora as novas tecnologias normalmente saiam dos fornos das empresas nos EUA e na Europa, os investimentos nesta frente estão em alta no Brasil. De acordo com a Anfavea, os investimentos totais das indústrias associadas à entidade, incluindo melhorias na fábrica, inovação e novos produtos, saíram de US$ 31 milhões, em 1980, para US$ 368 milhões em 2011 (o número de 2012 não foi fechado). A americana AGCO, por exemplo, informa que investiu no país, em média, US$ 40 milhões anuais entre 2009 e 2012, e que o montante deve dobrar neste ano.
A CNH, braço de máquinas da Fiat Industrial, criou um novAs vendas internas anuais de máquinas agrícolas podem atingir R$ 9 bilhões nos próximos dez anos.o departamento de pesquisa em Curitiba (PR) destinado exclusivamente a atividades na América Latina e com foco no desenvolvimento de equipamentos voltados a culturas como café, laranja e eucalipto, entre outras. Novas colhedoras de café, "seletivas", estão em fase avançada de desenvolvimento. Em 2012, a empresa lançou um sistema para recolher resíduos da cana em forma de fardo para levar à usina, tudo em uma mesma operação. Um equipamento para o corte de árvores em pequenos pedaços, para processamento posterior, também está sendo trabalhado, mas esse só chegará ao mercado em, no mínimo, três anos. E outras novidades estão em fase de pesquisas.
Já a John Deere, também americana, pretende inaugurar no Brasil seu primeiro centro de inovação na América Latina, que absorverá parte dos investimentos que a empresa faz em pesquisa e desenvolvimento, que globalmente chegam a US$ 3 milhões por dia. O objetivo é gerar cada vez mais demandas e tecnologias no Hemisfério Sul. Mas, se há mercado, o retorno é garantido.
Uma máquina completa, de alto padrão, supera R$ 500 mil, mas seus diferenciais em relação à frota mais antiga já são abissais, sobretudo para os trabalhadores de fato formados para operá-los. Aos computadores de bordo atuais serão incorporados programas que permitirão, inclusive, maior integração entre máquinas e implementos em uma "inteligência" única, agilizando a assistência técnica, até à distância, e ampliando as produtividades, especialmente na agricultura de precisão.
Segundo Paul Snaweart, engenheiro responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento de produtos agrícolas da CNH na América Latina, nos últimos 20 anos a potência máxima das colheitadeiras triplicou, de 200 cavalos para 600. A de tratores subiu de 150 para perto de 400 cavalos. "A potência é um bom indicador de produtividade", afirma Snaweart. Segundo ele, nos últimos dez anos, o aumento médio anual de produtividade dos produtos da marca New Holland foi de 10%. "Hoje os produtos que lançamos no Brasil são os mesmos nos EUA e Europa", diz.
Isso sem contar o conforto oferecido por um trator com cabine com ar-condicionado e CD player, por exemplo, que também tem efeitos positivos sobre a performance dos operadores, como pontua Jak Torretta, diretor de produtos da AGCO América do Sul. Segundo ele, há dez anos apenas 20% dos tratores eram equipados com esse tipo de cabine. Atualmente, essa fatia já se aproxima de 50% e a tendência é de crescimento.
Outra demanda para a indústria no Brasil será melhorar a tecnologia para reduzir emissões, que encarecem os custos de produção entre 4% e 5%, segundo Snaweart, da CNH. Esse avanço, entretanto, certamente será repassado para o consumidor final. O tema está sendo negociado entre governo brasileiro e fabricantes, mas a norma prevê que a partir de 2017 os equipamentos deverão obedecer a um determinado nível de emissão. Mas não é só isso. Todas as demais melhorias tendem a encarecer as máquinas agrícolas.
Daí porque a renda dos agricultores será fundamental para sustentá-las, mesmo com as linhas de crédito do governo federal. No passado, cerca de 95% das vendas internas desses produtos eram amparadas pelo Moderfrota, linha de crédito com recursos do BNDES. O programa foi "esvaziado" pelo avanço do PSI (também operado pelo banco de fomento) a partir de 2009. O PSI tem juros menores - 3% ao ano neste primeiro semestre e 3,5% no segundo - e vem impulsionando o segmento.
Por Carine Ferreira/ Valor Econômico