terça-feira, 12 de março de 2013

Mulheres na engenharia

Fonte: CIMM - 06/03/2013
 
 
"Vou estudar engenharia". Essa frase ainda é mais comum entre os homens, porém público feminino já representa uma parcela significativa entre os estudantes de engenharia e entre profissionais do setor metalmecânico. 
Quando, em 1973, Monica Ferreira do Amaral Porto decidiu cursar engenharia civil na Escola Politécnica (Poli) da USP, ela era uma das 14 meninas em um universo de 150 alunos. Nestes 40 anos, Monica, que atualmente é vice-chefe do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Poli-USP, nota um aumento significativo da presença feminina nos cursos de engenharia.
 
Os dados comprovam isso. Segundo o Anuário Estatístico da USP, em 2011 as mulheres representavam 17% dos alunos de graduação de engenharia da Escola Politécnica. Monica afirma que nunca teve qualquer tipo de obstáculo por parte de colegas e professores ao estudar engenharia civil. Em 2005, Monica foi a primeira professora titular do curso na Poli. Em 2011, as mulheres correspondiam a 11% do corpo docente da instituição.
 
"Posso contar nos dedos de uma mão as vezes que sofri qualquer tipo de preconceito pelo fato de ser mulher", comenta a engenheira. Ela defende que a complementariedade de visões é muito interessante, em qualquer campo. "As mulheres têm facilidade para ter uma visão mais ampla do problema, elas tendem a ser mais multidisciplinares. Já os homens costumam apresentar uma visão mais focada. Essas duas visões em conjunto são muito importantes na engenharia ou em qualquer outro segmento", diz. 
 
Monica acredita que há profissões que naturalmente têm um maior encaminhamento de homens ou mulheres, o que não deve ser julgado como certo ou errado. "O tratamento precisa ser igual, independentemente de ser homem ou mulher, mas os números de cada um não precisam necessariamente ser os mesmos", avalia.
 
Nos cursos de pós-graduação de engenharia da USP, as mulheres correspondem a 25% dos alunos. A professora de engenharia civil, Monica Porto, explica que o número de mulheres cresce em relação aos cursos de graduação graças à visão mais multidisciplinar e também porque a maioria dos alunos de pós-graduação estão na faixa entre 25 e 35 anos, época que mulheres costumam engravidar. "Assim, elas aproveitam esse período para buscar a especialização, em uma atividade não tão desgastante", afirma Monica.
 
Profissionais
O Recrutando.com, portal de recrutamento especializado em engenharia e TI, está em funcionamento há um ano e também traduz a tendência de um número mais significativo de mulheres. "Cerca de 20% dos cadastros de currículos na área de engenharia são de mulheres. Mas como o número de engenheiros do sexo masculino ainda é bem maior, as empresas naturalmente acabam recebendo mais currículos de candidatos homens", explica o diretor de operações do site, Luiz Pagnez.
 
O sócio e diretor comercial da Search Consultoria em Recursos Humanos, Renato Maleckas, atuou por 16 anos na indústria de autopeças e automobilística. Maleckas afirma que mesmo em uma indústria tão tradicional, como é a automotiva, as mulheres já conquistaram seu espaço.
 
"As mulheres de um modo geral têm características importantes para esse segmento. Elas tendem a ser mais comprometidas, seguir mais os procedimentos dentro da empresa e tem uma sensibilidade mais apurada, o que é importante em setores que exigem mais cuidado, nos quais a peça não pode ter qualquer tipo de risco ou dano, por exemplo", explica. O sócio da Search diz que as mulheres apresentam um índice de perda de peça 5% menor que o dos homens e são muito requisitadas em setores que trabalham com material de precisão, como é o caso da estamparia e corte fino. 
 
Maleckas acredita que é saudável essa união de homens e mulheres dentro da indústria automotiva. "Penso que daqui uns cinco anos as mulheres estarão respondendo por 40% a 60% dos trabalhadores no segmento de metal-pesado", avalia. 
 
Na indústria de máquinas e ferramentas, a presença feminina também começa a ganhar corpo. A OSG Sulamericana, fabricante de ferramentas de corte, conta com uma porcentagem de 10% de mulheres. Na unidade de Bragança Paulista, no setor técnico, elas ocupam 16% das vagas. Na área de produção, esse número cai para 7%.
 
Para a psicóloga do setor de RH da empresa, Suzimara Silva, as mulheres, em geral, têm algumas características essenciais para o setor. "Elas são mais detalhistas, tendo melhor desempenho nas atividades que exijam maior concentração. São mais disciplinadas, cumprem melhor as normas e regulamentos e também são mais estáveis, não trocam de emprego com frequência", comenta a psicóloga. 
  
Entre os colaboradores da Mitsui Motion Máquinas, cerca de 40%  são mulheres, que estão distribuídas nos setores de vendas, engenharia, administrativo e RH. Uma dessas mulheres é Raquel Barberino, coordenadora do departamento comercial da empresa. O desejo pela área de engenharia já existia desde criança, quando desmontava computadores, controles remotos e brinquedos eletrônicos para entender como funcionavam. Mas o ingresso em um curso de engenharia não foi tão simples. Vinda de uma família humilde, Raquel tinha que acordar às 4h da manhã para ir a um cursinho preparatório. Após dois anos de estudos, ingressou no curso Processos de Produção Mecânica da Faculdade Pública de São Paulo (FATEC-SP).  
 
"De 80 alunos na sala, tínhamos seis mulheres. Destas, duas desistiram nos primeiros semestres", conta a coordenadora comercial. Depois, Raquel ainda cursou Engenharia de Produção Mecânica. Agora, após oito anos de experiência na área, Raquel, que já passou por três empresas da área de máquinas (Ergomat, Okuma e, atualmente, na Mitsui Motion), percebe um crescimento no número de mulheres no setor. "Trabalho em algumas feiras, nas quais expomos nossos produtos, e cada vez mais o número de mulheres, profissionais da área, vem aumentando e a tendência é que isso aconteça nos demais setores", afirma. 
 
Para ela, o maior desafio de atuar em um segmento ainda composto majoritariamente por homens, é ter uma postura diferenciada e mais incisiva no convívio profissional. O presidente da Mitsui Motion Máquinas, Marcos Bastos, acredita que a presença feminina em setores, como o metalmecânico, não é apenas uma tendência, mas um necessidade das próprias empresas. 
 
Salário
De acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a diferença salarial entre homens e mulheres era de 25%. Em uma pesquisa da Mercer, divulgada em 2012, o operacional é o setor da empresa que mais reforça essa diferença salarial, no qual os homens costumam receber um salário 63% mais alto que as mulheres. Na presidência, o gap salarial é de 42%. 
 
Para o sócio da Search Consultoria em RH, Renato Maleckas, essa diferença salarial vem diminuindo da indústria e a tendência é que haja um equilíbrio nos próximos anos. 
 
Por Karine Wenzel/ Portal CIMM

Indústria surpreende e tem avanço de 2,5%

Fonte: Correio Braziliense - 08/03/2013
Para o governo, os números divulgados ontem (7) foram um alívio, sobretudo porque a fabricação de bens de capital — máquinas e equipamentos usados para expandir a produção — cresceram expressivamente. Na prática, isso significa mais investimentos, justamente o que o Palácio do Planalto deseja estimular para diminuir a inflação e impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB). O segmento registrou alta de 17,3% na comparação com janeiro do ano passado, um desempenho que encerrou 16 meses de recessão nesse ramo da indústria.
"Janeiro mostrou um comportamento positivo sob qualquer detalhamento que se faça. Nos bens de capital, o bom desempenho foi puxado principalmente pelos caminhões", explicou André Macedo, técnico do IBGE responsável pela pesquisa. Segundo o instituto, o segmento de equipamentos de transporte teve crescimento atípico para o mês e registrou elevação de 61,3%. Somente a fabricação de caminhões aumentou 206%, mas a magnitude desse número sofreu influência de uma paralisação das montadoras, em janeiro do ano passado, motivada por mudanças nos motores para reduzir a poluição. A produção de automóveis, por sua vez, avançou 25,3%, garantindo o bom resultado apresentado pelo ramo de bens de consumo duráveis.
Tendência
O governo já esperava uma recuperação da indústria em janeiro, mas não contava com expansão tão expressiva. Para a equipe econômica, os números refletem as medidas para estimular a economia, como a desoneração tributária de vários setores produtivos e a redução do IPI para veículos e eletrodomésticos. Nem o Planalto nem os especialistas, contudo, acreditam que o resultado expressivo do primeiro mês do ano se repita em fevereiro. As informações preliminares, ao contrário, indicam que houve retração.
"Levando em consideração os indicadores antecedentes, não esperamos que o desempenho de janeiro vá se repetir no mês seguinte", ponderou Mariana Hauer, economista do banco ABC Brasil. Segundo ela, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou estabilidade entre janeiro e fevereiro. Além disso, a produção de caminhões encolheu 1,6%, e a de automóveis caiu 14,1%. Diante disso, a expectativa é de um resultado fraco ou mesmo negativo no segundo mês de 2013.
Estoques
Na visão do Itaú Unibanco, o avanço da indústria em janeiro pode ter sido apenas pontual. "Avaliamos que esta alta foi em grande parte determinada por fatores de curto prazo, como recomposição de estoques em alguns setores", avaliou Aurélio Bicalho, economista da instituição. Segundo ele, embora o crescimento tenha sido disseminado, alcançou menos segmentos do que o usual em um avanço dessa magnitude. "Para fevereiro, os sinais são de queda, compensando parte da alta de janeiro", acrescentou. Na previsão do economista, os dados do mês passado devem mostrar uma queda de 1,8% na produção industrial. No entanto, o avanço do início do ano já ajudou a melhorar os números gerais da economia. "Mesmo com a expectativa de recuo, a confirmação de um crescimento elevado da produção industrial em janeiro aumenta a chance de que o PIB tenha, no primeiro trimestre, uma expansão mais alta do que a prevista", ponderou.
O Itaú Unibanco calcula que, em função do desempenho das fábricas em janeiro, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), como o IBGE chama os investimentos, cresceu. "O nosso índice mensal que avalia esse item avançou 4,5% na margem, influenciado em grande parte pelo crescimento do consumo aparente de máquinas e equipamento", projetou Bicalho. "No entanto, não observamos no conjunto de informações recentes sinais de que a intensificação do crescimento do começo deste ano está associada a fatores persistentes que poderiam se propagar nos trimestres seguintes."
Trajetória errática
Apesar de ter dado os primeiros passos para fora do atoleiro, a indústria não deve recuperar o protagonismo no PIB. Para Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, esse papel ficou para o setor de serviços, que se fortaleceu com a ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe C nos últimos 10 anos e a expansão da renda. "Mesmo com o dado positivo de janeiro, a indústria vai crescer ao longo do ano de maneira errática."
Juros subindo
A decisão do Banco Central de abandonar a promessa de manter a taxa Selic estável por "um tempo suficientemente prolongado" levou o mercado futuro de juros a fortalecer as apostas em um aperto monetário em abril ou maio. Em decisão amplamente esperada, o Banco Central manteve a Selic estável em 7,25% na noite de quarta-feira (6), mas deixou a porta aberta para elevar a taxa, dependendo do comportamento da inflação. Ontem (7), os contratos DI para julho de 2013 alcançaram 7,23%, ante 7,21% na véspera. A taxa para janeiro de 2014 era negociada a 7,79%, ante 7,67% no ajuste de quarta-feira. Pesquisa da Reuters mostrou uma pequena maioria de economistas esperando que o BC eleve a taxa básica neste ano, e muitos prontos para mudar a projeção se a inflação continuar alta. Dessa forma, as atenções dos investidores estarão voltadas hoje para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro.
Por Victor Martins/ Correio Braziliense 

quinta-feira, 7 de março de 2013

PUMA

Um dos bonitos carros que fotografamos no Encontro na Estação da Luz, ótima restauração, lembra um Puma que foi de propriedade do meu querido irmão Wilson que ajudamos a restaurar...construí o painel inteiro e o revestí com folha de jacarandá...o original não tinha mais recuperação...Parabéns ao proprietário, belo carro.
no Blog do Camaro.

terça-feira, 5 de março de 2013

Carros movidos a eucalipto

Fonte: Correio Braziliense - 26/02/2013
Com as reservas de petróleo cada vez mais escassas e difíceis de acessar — o que colabora para o aumento do preço dos combustíveis fósseis —, torna-se cada vez mais clara a importância do etanol para o Brasil, onde se observa a expansão da frota de veículos flex. Buscando alternativas para ampliar e diversificar a matriz de obtenção do biocombustível, estudantes do segundo período do curso de engenharia de energia da PUC Minas, sob orientação do professor Otávio de Avelar Esteves, obtiveram bons resultados a partir do processamento de cascas de eucalipto e defendem que o procedimento seja adotado em larga escala no país.
 
O trabalho dos alunos faz parte de um esforço de outros pesquisadores em investigar a viabilidade da matéria-prima. Dados da tese de doutorado do pesquisador Juliano Bragatto, desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em novembro de 2011, apontam que a casca do eucalipto tem 20% menos carboidratos do que a de cana. No entanto, indica a pesquisa, ela tem mais hidratos de carbono suscetíveis à fermentação — 83% contra 65% da cana —, o que tornaria o uso do eucalipto viável. "Uma tonelada de cana produz cerca de 80l de etanol, enquanto a mesma medida de casca fresca de eucalipto produz 106l", afirma Bragatto.
 
Quando se compara a área plantada, contudo, a cana se mostra mais produtiva. "Um hectare de cana-de-açúcar produz cerca de 6 mil litros de etanol, enquanto um de casca de eucalipto produz 2,6 mil litros. Já o hectare de milho e de beterraba produz cerca de 3 mil litros, mas é bom lembrar que eles são alimentos", diz o pesquisador, segundo quem a casca de eucalipto deve começar a ser aproveitada pela indústria nos próximos anos para produzir bioplástico ou etanol.
 
Os estudantes Pedro Henrique Alves da Silva, Paulo Henrique Roversi, Carolina Maria de Oliveira, Gabriel Fabel e Elena Velloso são otimistas com relação ao eucalipto. "A produção da casca é mais barata e vantajosa, e pode ser ainda mais econômica se for feita em escala industrial", avalia Roversi. Ele ressalta que a casca de eucalipto não concorre com a indústria alimentícia, não passa por períodos de entressafra e não é usada para a produção de celulose. Os estudantes passaram quatro meses pesquisando e testando em laboratório o eucalipto e matérias-primas diversas. Alunos do mesmo período produziram etanol de beterraba e de outros alimentos. "Pensamos testar com bananas ou com mandioca, mas nos decidimos pelo eucalipto, e ele foi o mais eficiente entre os insumos pesquisados", diz o estudante.
 
Competitividade
O consultor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) Alfred Szmarc conta que existem várias iniciativas no país e no mundo para consolidar o processo de produção de etanol celulósico a partir do bagaço e da palha da cana, mas defende que a possibilidade de o insumo ser obtido em larga escala a partir de cascas de eucalipto ainda tem que ser demonstrada. Ele explica que o princípio utilizado na casca é de certa forma o mesmo utilizado no bagaço e na palha. "Acho ótimo ouvir sobre essas iniciativas e torço para que deem realmente certo. Mas, pelo que conheço do assunto, acredito que a competitividade do etanol de cana é maior. Nem sempre é possível reproduzir em escala industrial o que é feito em laboratório, e projetos para produzir álcool a partir de madeira existem no país desde a década de 1970", afirma.
 
Szmarc se diz otimista em relação à recuperação de competitividade do etanol, e espera que o governo anuncie medidas ainda neste semestre para beneficiar a indústria canavieira. "Por sete ou oito anos, o preço da gasolina para o consumidor quase não foi alterado. Enquanto isso, o preço do etanol ao longo desse tempo variou livremente, e os custos de terra e agrícolas aumentaram. O etanol foi se tornando cada vez menos competitivo em relação à gasolina. Some-se a isso a crise de 2008, que atingiu o setor", lembra. Ele desmente também a ideia de que a variação no preço do açúcar interfere fortemente na produção de etanol: "Isso é uma lenda urbana. O produtor não consegue reverter toda a sua produção para o açúcar ou para o etanol. A flexibilidade não ultrapassa os 10% ou 12%".
 
Bragatto acredita que a tendência de aproveitar a biomassa deve crescer nos próximos anos em todo o mundo. O Brasil, avalia, tem todas as condições de liderar esse processo. "Nosso país é o que chamam de hotspot de biomassa. Temos o bagaço da cana e o rejeito de eucalipto em abundância", explica. Ele lembra ainda que as condições climáticas e de luminosidade no território nacional são ideais para o crescimento das duas culturas.
 
Por Felipe Canêdo/ Correio Braziliense
 

Carro produzido com impressora 3D pesa 544 kg

Fonte: TecMundo - 04/03/2013
As impressoras 3D já nos surpreenderam produzindo os mais diversos tipos de objetos. Entretanto, a maioria deles não passava de pequenos utensílios ou representações de coisas maiores. Agora, se você é um entusiasta dessa tecnologia, que tal ter um carro feito sob medida e impresso tridimensionalmente? Você pode adquirir um caso tenha US$ 50 mil para investir na criação de Jim Kor.
 
O carro desenvolvido e produzido por Kor se chama Urbee e pode levar duas pessoas sustentadas por apenas três rodas: duas na parte da frente e uma atrás apenas para manter o equilíbrio. A estrutura do veículo é toda feita a partir de um processo que não junta peças, sendo necessárias 2,5 mil horas de trabalho de uma impressora 3D para ficar pronta.
Depois de a carcaça toda preparada, aí sim chegam as peças para colocar o acabamento, motor, rodas e outros elementos necessários para o funcionamento. Ainda assim, o Urbee pesa somente 544 kg e mede 3,04 metros. Um carro pequeno e muito econômico, segundo o criador.
O motor elétrico do carro “impresso” terá apenas 10 cv de potência, conseguindo chegar a uma velocidade de até 65 km/h. Além do mais, a estrutura do veículo, como diz Kor, “é tão forte quanto a de um Prius da Toyota”. 
Até agora, Kor tem 14 encomendas para entregar. Entretanto, boa parte delas é de pessoas que trabalharam no projeto.
Por Leonardo Müller/ TecMundo

segunda-feira, 4 de março de 2013

Hyundai é a primeira a produzir carro a hidrogênio em série

Fonte: Automotive Business - 01/03/2013
O coração do sistema é um gerador eletroquímico, um catalizador com membranas de carbono que recebe injeção de hidrogênio e ar comprimido. Dentro do dispositivo, as moléculas são separadas, gerando a energia que vai alimentar a bateria e o motor elétrico de propulsão. O único resíduo dessa reação química é vapor d’água expelido pelo escapamento – a junção das moléculas de hidrogênio e oxigênio do ar forma H2O quente. 
A principal vantagem dos carros com gerador químico a hidrogênio é a autonomia muito superior ao de carros elétricos alimentados por baterias, que rodam atualmente o máximo de 100 a 160 quilômetros antes de precisarem ser recarregados. O ix35 Fuel Cell, segundo a Hyundai, com apenas um tanque abastecido com a capacidade máxima de 5,6 quilos de hidrogênio líquido armazenado sob pressão de 700 bar, pode rodar até 594 quilômetros – autonomia semelhante ao de muitos automóveis com motor a combustão, mas sem gerar emissões de poluentes. O consumo é de apenas 0,95 kg de hidrogênio a cada 100 km, o equivalente a 27,8 km/l. O desempenho também é parecido ao de veículos comuns: o motor elétrico gera 136 cavalos e leva o ix35 a até 160 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 12,5 segundos. 
Vendas e estratégias
“O ix35 Fuel Cell prova que não é mais um sonho o uso diário de veículos com a tecnologia de células de combustível a hidrogênio”, disse Eok Jo Kim, vice-presidente do conselho da Hyundai Motor, durante a cerimônia de lançamento oficial do carro. As primeiras 15 unidades serão fornecidas para a frota da cidade de Copenhagen, na Dinamarca, como parte da iniciativa do município de zerar emissões de carbono até 2025. Outros dois ix35 elétricos já foram adquiridos pela prefeitura de Skane, na Suécia. 
Ulsan, berço da Hyundai, também quer aumentar a frota desses veículos: “Ao criar mais estações de abastecimento (de hidrogênio) para apoiar a produção de modelos a célula de combustível, vamos fazer de Ulsan uma referência para automóveis ecoamigáveis”, disse Mang Woo Park, prefeito da cidade. 
A Hyundai planeja fabricar cerca de mil ix35 Fuel Cell até 2015 e arrendá-los para frotistas públicos e privados, primeiro nos países da União Europeia onde os governos estabeleceram metas de distribuição de hidrogênio e construção de postos de abastecimento. Após 2015 a fabricante coreana espera que os custos de produção já tenham caído e a infraestrutura de hidrogênio esteja pronta, para então começar a vender no varejo, em suas concessionárias, os veículos com célula de combustível. 
A aposta é de que a legislações adotadas por diversos países no mundo para reduzir emissões e a dependência de combustíveis fósseis abra espaço para os modelos elétricos a hidrogênio. A Hyundai avalia que modelos como o ix35 Fuel Cell estejam em linha para ajudar a cumprir o acordo firmado em 2009 pelas oito maiores economias da União Europeia, com meta de cortar em 80% as emissões de CO2 até 2050, ou para atender a dura regulamentação da Califórnia, nos Estados Unidos, que planeja diminuir a zero as emissões veiculares no Estado americano. 
Desenvolvimento
Segundo a Hyundai, o ix35 elétrico a hidrogênio é resultado do “investimento de vários milhões de dólares” e 14 anos de desenvolvimento próprio, que envolveu centenas de engenheiros de seu centro de pesquisa em Mabuk, na Coreia. Foram executados testes que somam mais de 3 milhões de quilômetros rodados em condições reais na Europa, Estados Unidos e Coreia. O primeiro ix35 Fuel Cell produzido em Ulsan será mostrado no próximo Salão de Genebra, na Suíça, de 7 a 17 de março.

10 tecnologias que podem salvar a economia

Fonte: Inovação Tecnológica - 26/02/2013
O Fórum Econômico Mundial anunciou sua lista das 10 principais tendências tecnológicas que prometem decolar e levar junto a quase paralisada economia mundial. Segundo a entidade, essas tecnologias poderão ajudar a alcançar um crescimento econômico sustentável nas próximas décadas, conforme continuam a crescer a população global e, por decorrência, as demandas materiais sobre o meio ambiente.

A seleção das tecnologias levou em conta a possibilidade de avanços no desenvolvimento industrial e econômico, e a possibilidade de implantação industrial a curto e médio prazo.

Veículos Elétricos Online (OLEV)

Tecnologias de eletricidade sem fio já conseguem fornecer eletricidade para veículos em movimento.
Na próxima geração de carros elétricos, conjuntos de bobinas de captação sob o assoalho do veículo vão receber a energia remotamente através de um campo eletromagnético de transmissão gerado por cabos instalados sob a estrada. A corrente elétrica sem fios também recarrega uma bateria utilizada para alimentar o veículo quando ele está fora das redes de suprimento ou circulando por vias que ainda não contam com a infraestrutura.
Como a eletricidade é fornecida externamente, esses veículos precisam de uma bateria com apenas um quinto da capacidade da bateria de um carro elétrico atual. Os sistemas de eletricidade sem fios já podem alcançar uma eficiência de transmissão de mais de 80%.
Os veículos online elétricos já estão em testes de estrada em Seul, na Coreia do Sul.

Impressão 3-D e fabricação remota

A impressão tridimensional permite a criação de estruturas sólidas a partir de um arquivo CAD de computador, potencialmente revolucionando a economia industrial se os objetos puderem ser impressos remotamente.
O processo envolve camadas de material que são depositadas umas sobre as outras para criar virtualmente qualquer tipo de objeto. Projetos assistidos por computador são "fatiados" em modelos de impressão, permitindo que objetos criados virtualmente sejam usados como modelos para reproduções reais feitas de plástico, ligas metálicas ou outros materiais.
O recurso de impressão 3-D de objetos também é conhecido como fabricação aditiva, tendo nascido para a criação de protótipos, mas está rapidamente se transformando em uma técnica de fabricação em larga escala.

Materiais com autocura
Uma das características básicas dos organismos vivos é a sua capacidade inerente para reparar danos físicos - cicatrizar-se e curar-se de ferimentos, por exemplo. Uma tendência crescente no biomimetismo é a criação de materiais estruturais não-vivos que também têm a capacidade de curar-se quando cortados, rasgados ou quebrados.
Materiais que se consertam sozinhos podem reparar danos sem intervenção humana externa, o que poderá dar vida mais longa aos bens manufaturados e reduzir a demanda por matérias-primas. Outro potencial é o de melhorar a segurança inerente dos materiais utilizados na construção civil ou carros e aviões.

Purificação de água energeticamente eficiente

A escassez de água é um problema ecológico crescente em muitas partes do mundo, devido principalmente a demandas concorrentes da agricultura, das cidades e outros usos humanos. Enquanto os sistemas de água doce estão sobre-utilizados ou exauridos, a dessalinização da água do mar oferece uma fonte quase ilimitada de água.
Mas hoje isso tem um custo considerável de energia - principalmente de combustíveis fósseis - para alimentar os sistemas de evaporação ou osmose reversa.
Tecnologias emergentes oferecem o potencial para a dessalinização e a purificação de águas residuais significativamente mais eficientes em termos de energia, potencialmente reduzindo o consumo de energia em 50% ou mais. Técnicas como a osmose reversa também podem ter sua eficiência melhorada pela utilização de calor residual de termelétricas ou calor renovável, produzido por energia termossolar ou geotérmica.

Conversão e uso de dióxido de carbono (CO2)

As longamente esperadas tecnologias para a captura e sequestro de dióxido de carbono ainda estão por demonstrar-se comercialmente viáveis, mesmo na escala de uma única estação geradora de energia.
Novas tecnologias que convertem o CO2 indesejável em produtos vendáveis podem potencialmente resolver tanto as deficiências econômicas quanto energéticas das estratégias convencionais de captura e sequestro de dióxido de carbono.Uma das abordagens mais promissoras usa bactérias fotossintéticas geneticamente modificadas para transformar resíduos de CO2 em combustíveis líquidos ou produtos químicos de baixo custo usando sistemas conversores modulares alimentados por energia solar.
Sistemas individuais desse tipo prometem cobrir centenas de hectares nos próximos dois anos. Sendo de 10 a 100 vezes mais produtivos por unidade de área de terra, estes sistemas resolvem uma das principais limitações ambientais dos biocombustíveis gerados a partir de matérias-primas agrícolas ou de algas, e poderão fornecer combustíveis de baixo teor de carbono para automóveis, aviões ou outros grandes usuários de combustíveis líquidos.

Eletrônica e fotovoltaicos orgânicos

A eletrônica orgânica baseia-se na utilização de materiais orgânicos, tais como polímeros, para criar circuitos e dispositivos eletrônicos. Esses circuitos eletrônicos orgânicos podem ser fabricados por impressão e normalmente são finos, flexíveis e até transparentes.
Em contraste com os semicondutores tradicionais à base de silício, que são fabricados com técnicas caras de fotolitografia, a eletrônica orgânica pode ser impressa usando processos de baixo custo, similares à impressão a jato de tinta. Isso torna os produtos extremamente baratos em comparação com os dispositivos eletrônicos tradicionais, tanto em termos de custo por aparelho, quanto do capital necessário para produzi-los.
Embora atualmente a eletrônica orgânica não se encontre em condições de competir com o silício em termos de velocidade e densidade, ela tem o potencial para proporcionar uma vantagem significativa em termos de custo e versatilidade. Coletores solares fotovoltaicos impressos, por exemplo, custando muito menos do que as células solares de silício, podem acelerar a transição para as energias renováveis.

Quarta geração de reatores nucleares e reciclagem de resíduos

Os reatores nucleares atuais usam apenas 1% da energia potencial disponível no urânio, deixando o resto radioativamente contaminado como lixo nuclear. O desafio de lidar com os resíduos nucleares limita seriamente o apelo desta tecnologia de geração de energia.
A reciclagem do urânio-238 em um novo material físsil caracteriza o que está sendo chamado de Nuclear 2.0. A promessa é de estender em séculos a vida útil dos recursos de urânio já minerados, ao mesmo tempo reduzindo drasticamente o volume e a toxicidade do lixo nuclear, cuja radioatividade vai cair abaixo do nível do minério de urânio original em uma escala de tempo de séculos, e não mais de milênios, como é hoje.
Tecnologias de quarta geração, incluindo reatores rápidos resfriados por metal líquido, estão sendo implantados em vários países e já são oferecidos por empresas fabricantes de equipamentos de engenharia nuclear.

Nutrição saudável em nível molecular

Mesmo em países desenvolvidos, milhões de pessoas sofrem de desnutrição, devido à deficiência de nutrientes em suas dietas.
Técnicas genômicas modernas podem determinar ao nível de sequência genética a grande variedade de proteínas naturais que são importantes para a dieta humana. As proteínas identificadas podem ter vantagens sobre os suplementos proteicos tradicionais na medida que podem fornecer uma maior percentagem de aminoácidos essenciais, e têm melhor solubilidade, sabor, textura e características nutricionais.
A produção em larga escala de proteínas alimentares puras para o ser humano, com base na aplicação da biotecnologia para nutrição molecular, pode oferecer benefícios à saúde, como melhor desenvolvimento muscular, gestão do diabetes ou redução da obesidade.

Sensoriamento remoto

O uso cada vez mais generalizado de sensores que permitem respostas passivas a estímulos externos vai continuar a mudar a nossa forma de responder ao ambiente, em especial na área da saúde. Exemplos incluem sensores que monitoram continuamente a função corporal - como frequência cardíaca, oxigenação do sangue e níveis de açúcar no sangue - e, se necessário, desencadear uma resposta médica, como o fornecimento de insulina.
Os avanços dependem da comunicação sem fio entre dispositivos - nós das redes de sensores -, tecnologias de sensoriamento com baixo consumo de energia e, eventualmente captação ativa de energia, através dos chamados nanogeradores. Outro exemplo inclui a comunicação veículo-a-veículo para melhorar a segurança nas ruas e estradas.

Aplicação precisa de medicamentos por engenharia em nanoescala

Fármacos que podem ser aplicados com precisão em nível molecular no interior ou em torno de uma célula doente oferecem oportunidades sem precedentes para tratamentos mais eficazes, ao mesmo tempo reduzindo os efeitos colaterais indesejados.
Nanopartículas funcionalizadas, que aderem ao tecido doente, permitem a aplicação em microescala de potentes compostos terapêuticos. Isso minimizando o impacto do remédio sobre os tecidos saudáveis.
Essas nanopartículas funcionais estão começando a avançar rumos aos testes clínicos.Depois de quase uma década de pesquisa, estas novas abordagens estão finalmente mostrando sinais de utilidade clínica.