Fonte: Flávio L. S. Lima
Antes de iniciar esta discussão, há que se esclarecer um princípio
quase universal para o desenvolvimento de uma cultura inovadora.
Histórias por trás de inúmeros produtos bem-sucedidos ao longo do tempo
comprovam que o processo inovador não é uma prática individual, mas sim
coletiva.
Veja
o exemplo da fabricante líder de pneus Goodyear. Ela utiliza um canal
aberto com seus fornecedores para o desenvolvimento conjunto de soluções
que beneficiem não apenas a empresa, mas também os seus próprios
fornecedores. Há algum tempo, por meio de um software específico, a
Goodyear solicitou ajuda aos fornecedores para resolver 17 problemas
técnicos. Durante seis semanas, receberam 195 respostas que, não apenas
solucionaram os problemas, mas também promoveram o desenvolvimento de
outros produtos em conjunto.
Já a Whirlpool, detentora das marcas Brastemp e Consul, concentra 25%
de suas receitas em produtos inovadores. Para sustentar essas margens, a
empresa investe fortemente na parceria com universidades, fornecedores e
funcionários. Uma de suas iniciativas é manter uma ferramenta em sua
intranet chamada “Idea Central”, responsável pela comunicação
aberta entre funcionários e líderes. Esta ferramenta permite o livre
fluxo de informações e ideias que solucionam problemas e, não raramente,
originam melhorias em seus produtos.
Outro notório exemplo de inovação aberta vem da construtora e
incorporadora Tecnisa. Em meados de 2009, por meio de uma comunidade na
rede social Orkut, então popular no Brasil, a empresa solicitou
sugestões sobre construções específicas para idosos e deficientes
físicos. Em pouco tempo surgiram 200 ideias diferentes, das quais duas
foram aplicadas. Algum tempo depois, a empresa ainda promoveu um desafio
universitário no Battle of Concepts, portal dedicado à inovação,
premiando três ideias inovadoras, que posteriormente foram implantadas
com sucesso.
A
inovação, nada mais é do que a eterna busca pela solução de problemas.
As boas soluções, via de regra, surgem quando os indivíduos,
simplesmente, tentam fazer as coisas melhores. Inúmeros são os fatores
necessários para se implantar uma cultura inovadora em uma companhia. No
entanto, uma das premissas para se colher os frutos de uma prática
inovadora é procurar mantê-la aberta e participativa, seja junto a
fornecedores, colaboradores, universitários ou clientes. Quem encontra o
que procuramos também ganha, assim, ganhamos todos. Pense nisto!
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