Fonte: Automotive Business - 01/03/2013
O coração do sistema é um gerador eletroquímico, um catalizador com
membranas de carbono que recebe injeção de hidrogênio e ar comprimido.
Dentro do dispositivo, as moléculas são separadas, gerando a energia que
vai alimentar a bateria e o motor elétrico de propulsão. O único
resíduo dessa reação química é vapor d’água expelido pelo escapamento – a
junção das moléculas de hidrogênio e oxigênio do ar forma H2O quente.
A
principal vantagem dos carros com gerador químico a hidrogênio é a
autonomia muito superior ao de carros elétricos alimentados por
baterias, que rodam atualmente o máximo de 100 a 160 quilômetros antes
de precisarem ser recarregados. O ix35 Fuel Cell, segundo a Hyundai, com
apenas um tanque abastecido com a capacidade máxima de 5,6 quilos de
hidrogênio líquido armazenado sob pressão de 700 bar, pode rodar até 594
quilômetros – autonomia semelhante ao de muitos automóveis com motor a
combustão, mas sem gerar emissões de poluentes. O consumo é de apenas
0,95 kg de hidrogênio a cada 100 km, o equivalente a 27,8 km/l. O
desempenho também é parecido ao de veículos comuns: o motor elétrico
gera 136 cavalos e leva o ix35 a até 160 km/h, com aceleração de 0 a 100
km/h em 12,5 segundos.
Vendas e estratégias
“O ix35 Fuel Cell prova que não é mais um sonho o uso diário de
veículos com a tecnologia de células de combustível a hidrogênio”, disse
Eok Jo Kim, vice-presidente do conselho da Hyundai Motor, durante a
cerimônia de lançamento oficial do carro. As primeiras 15 unidades serão
fornecidas para a frota da cidade de Copenhagen, na Dinamarca, como
parte da iniciativa do município de zerar emissões de carbono até 2025.
Outros dois ix35 elétricos já foram adquiridos pela prefeitura de Skane,
na Suécia.
Ulsan, berço da Hyundai, também quer aumentar a frota desses veículos:
“Ao criar mais estações de abastecimento (de hidrogênio) para apoiar a
produção de modelos a célula de combustível, vamos fazer de Ulsan uma
referência para automóveis ecoamigáveis”, disse Mang Woo Park, prefeito
da cidade.
A Hyundai planeja fabricar cerca de mil ix35 Fuel Cell até 2015 e
arrendá-los para frotistas públicos e privados, primeiro nos países da
União Europeia onde os governos estabeleceram metas de distribuição de
hidrogênio e construção de postos de abastecimento. Após 2015 a
fabricante coreana espera que os custos de produção já tenham caído e a
infraestrutura de hidrogênio esteja pronta, para então começar a vender
no varejo, em suas concessionárias, os veículos com célula de
combustível.
A aposta é de que a legislações adotadas por diversos países no mundo
para reduzir emissões e a dependência de combustíveis fósseis abra
espaço para os modelos elétricos a hidrogênio. A Hyundai avalia que
modelos como o ix35 Fuel Cell estejam em linha para ajudar a cumprir o
acordo firmado em 2009 pelas oito maiores economias da União Europeia,
com meta de cortar em 80% as emissões de CO2 até 2050, ou para atender a
dura regulamentação da Califórnia, nos Estados Unidos, que planeja
diminuir a zero as emissões veiculares no Estado americano.
Desenvolvimento
Segundo a Hyundai, o ix35 elétrico a hidrogênio é resultado do
“investimento de vários milhões de dólares” e 14 anos de desenvolvimento
próprio, que envolveu centenas de engenheiros de seu centro de pesquisa
em Mabuk, na Coreia. Foram executados testes que somam mais de 3
milhões de quilômetros rodados em condições reais na Europa, Estados
Unidos e Coreia. O primeiro ix35 Fuel Cell produzido em Ulsan será
mostrado no próximo Salão de Genebra, na Suíça, de 7 a 17 de março.
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