Fonte: Valor Econômico - 02/05/2013
"Adicionar essa operação será rápido, já temos a rede de fornecedores e
linhas de apoio, como solda e pintura", disse ao Valor o novo diretor
de negócios da SDLG para América Latina, Enrique Ramírez. A Volvo
comprou 70% da SDLG em 2006, como estratégia para entrar no mercado de
máquinas de menor tecnologia embarcada, conhecidas como "simple tech", e
viu no Brasil e na América Latina espaço para crescer nesse segmento.
"Era um segmento de mercado que não era atendido adequadamente aqui",
disse Ramírez. Segundo cálculos da empresa, há quatro anos, apenas 20%
do mercado brasileiro de pás-carregadeiras era de tecnologia mais
simples e, atualmente, essa fatia já atinge metade dos equipamentos
vendidos.
A SDLG traz pás-carregadeiras importadas ao Brasil desde 2009 e obteve
um posicionamento considerável no mercado. Vendeu no ano passado 600
unidades, de um total de cerca de 5 mil equipamentos comercializados no
país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração (Sobratema).
Desde o ano passado, a empresa passou a trazer escavadeiras - o Brasil
foi o primeiro país a receber exportações da SDLG de outro equipamento
que não as pás-carregadeiras. Segundo Ramírez, a companhia viu que a
escavadeira é um equipamento muito consumido no país - 6,5 mil unidades
no ano passado, segundo a Sobratema - e que traz grande vantagens na
nacionalização e acesso ao Finame, a linha subsidiada de financiamento
de máquinas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Enquanto as pás-carregadeiras ainda são relativamente mais
fáceis de se importar, por serem de menor porte - vão de seis a 18
toneladas, enquanto escavadeiras da SDLG vão de 14 a 28 toneladas.
O executivo espera que as vendas da linha de Pederneiras comecem em
setembro e cheguem a cem unidades neste ano. Para 2015, se os
investimentos produtivos no Brasil vierem no ritmo esperado, a meta é
chegar ao volume de 500 unidades por ano.
Além da SDLG, outras fabricantes estão de olho nesse mercado. Só em
escavadeiras começaram a produzir recentemente no país as coreanas
Hyundai e Doosan e a chinesa Sany. A J ohn Deere, em parceria com a
Hitachi, também fará o equipamento em unidade que ficará em Indaiatuba
(SP).
Para se diferenciar entre as concorrentes e superar a imagem de baixa
qualidade associada a equipamentos chineses, a aposta será investir em
serviços. A SDLG tem seis distribuidores no Brasil. Segundo Ramírez, a
vantagem é que são distribuidoras de grupos que já têm a experiência de
serviços de pós-venda dos equipamentos Volvo, caso da Tracbraz, do grupo
Tracbel.
A empresa ainda avaliará, até o fim do ano, trazer a fabricação de
pás-carregadeiras, disse Ramírez. Outros produtos, hoje só vendidos na
China (o país ainda concentra 90% das operações da SDLG), também podem
vir para o Brasil nos próximos anos, como rolos compactadores.
A Volvo Construction Equipment não divulga o faturamento isolado da
SDLG. Em 2012, o faturamento global da Volvo CE foi de 63,5 bilhões de
coroas suecas (R$ 19,6 bilhões). Na América do Sul, as vendas somaram
3,8 bilhões de coroas suecas (R$ 1,17 bilhão).
Por Ana Fernandes/ Valor Econômico
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