Fonte: Flávio L. S. Lima
A inovação carrega consigo um conceito enraizado de criatividade e
liberdade de desenvolvimento. Muitos acreditam que, para que haja um
ambiente inovador, há que se abrir mão de ordem e controle, em prol da
livre expressão. No entanto, apesar da necessidade de um ambiente mais
aberto, um negócio inovador também tem suas responsabilidades periódicas
perante os seus clientes, fornecedores, colaboradores e investidores.
Assim, como conciliar as responsabilidades do dia-a-dia com a
necessidade de liberdade em uma organização inovadora?
Em 1933, a Toyota, até então uma indústria de máquina de teares,
inaugurou a sua divisão de veículos. Apenas cinco anos depois, a empresa
japonesa já produzia seus produtos de acordo com a sua filosofia:
produzir apenas o que era estritamente necessário, observando o momento
adequado e as quantidades certas.
Sob
a bandeira do Sistema Toyota de Produção, a organização se desenvolveu
rapidamente, apresentando resultados extraordinários para a época. Mas
foi a partir de sua primeira fábrica
fora do Japão que o negócio começou a apresentar os maiores êxitos. O local escolhido? O Brasil.
Nas décadas de 60, 70 e 80, inovando em design, tecnologia e marketing,
a empresa introduziu no mercado internacional, modelos que se tornariam
líderes de vendas. A potente Hilux, o luxuoso Camry, o esportivo RAV4, o
tradicional Corolla e o popular Prius, cada um focando em um público
específico, foram os maiores expoentes da expansão da Toyota.
A motivação para a exploração de novos mercados era muito clara em seu
planejamento: se tornar a maior montadora de automóveis do mundo. Então,
em 2007, destronando a gigante
norte-americana General Motors, a Toyota se torna a maior empresa
automobilística do mundo. O fato curioso foi que, de acordo com o seu
planejamento estratégico, a tomada da liderança, em posse da General
Motors desde 1934, estava prevista para ocorrer somente no ano seguinte,
em 2008.
A Toyota sustenta a sua história de sucesso sobre três grandes pilares:
a eficiência de seus processos, a inovação de suas soluções e o foco
estratégico de seu negócio. Toda a inovação desenvolvida pela empresa
sempre teve um foco definido e um objetivo associado. Obviamente,
existiram casos de insucesso ao longo de sua história, no entanto, em
virtude de seu criterioso planejamento, a empresa soube contorná-los,
rumo à liderança de mercado.
Para inovar, certa liberdade de desenvolvimento é oportuna, mas a mesma
deve estar sempre alinhada às estratégias do negócio. Do contrário,
corre-se o risco de nunca se perceber os benefícios associados a uma
cultura de inovação.
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