A prototipagem rápida está presente em diversos segmentos da indústria brasileira, no desenvolvimento de ferramentas e novos produtos. Atualmente, a prototipagem metálica também começa a fazer parte desssa realiade, principalmente nos setor automotivo. Porém, mesmo com expansão gradativa, muitas empresas ainda não podem investir em equipamentos de prototipagem de metal devido ao alto custo e baixa demanda de outros setores da indústria.
A Robtec,
empresa pioneira em prototipagem rápida no Brasil e América Latina,
trabalha com a prototipagem metálica há 15 anos. Porém, ainda não
fornece esse tipo de serviço e equipamento no Brasil. Segundo
expectativas do diretor-geral, Luiz Fernando Dompieri, a empresa deve
importar equipamentos para oferecer a prototipagem metálica no País em
2013. "Já percebemos um aumento na demanda pela prototipagem de metal no
Brasil, por isso estudamos a possibilidade de trazer o serviço, que
hoje importamos da Alemanha, para cá", explica.
De acordo com Dompieri, o setor que mais busca esse tipo de
prototipagem é o aumototivo, seguidos pelos setores aeronáutico e
odontológico. A prototipagem metálica responde por 2% do faturamento da
Robtec. O prazo de entrega depende do tamanho do prótipo, mas a média é
de sete dias e o custo é mais elevado devido ao material utilizado, como
ligas de titânio e alumínio. "A grande vantagem é a velocidade para se
obter um peça com geometria complexa e a variedade de materiais
disponíveis que podem ser aplicados na mesma máquina de prototipagem",
argumenta o diretor-geral.
De acordo com o gerente de desenvolvimento de produtos do grupo Daimler
Mercedes-Benz, Luis Carlos Costa, o grupo fabrica esse tipo de
protótipo há algum tempo, além de utilizar outros materiais como resina,
borracha e plástico. "O tipo de material do protótipo é definido
conforme a aplicação da parte do veículo que estamos desenvolvendo",
explica Costa.
Porém, para outras empresas, os protótipos em metal ainda não estão
dentro dos planos. Uma delas é a Fábrica de Imagens, situada em São
Paulo. A empresa trabalha com prototipagem rápida desde o ano de 2008,
mas, de acordo com o diretor, Marco Antonio Sartoris, apenas em 2010 as
pessoas começaram a procurar mais pelo serviço. "Atendemos
principalmente clientes de desenvolvimento de peças técnicas, o setor de
arquitetura e, atualmente, o setor médico vem buscando a prototipagem
rápida também", afirma.
Sartoris explica que não há demanda que justifique o investimento em
prototipagem metálica. "Nestes quatro anos, tivemos apenas uma
solicitação desse tipo de protótipo. Além disso, o custo ainda é muito
alto", diz. Segundo o diretor, a empresa pretende ampliar seu portfólio e
adquirir um equipamento que utiliza ABS para confeccionar os
protótipos.
Formação profissional
De acordo com o coordenador do Laboratório de Mecânica de Precisão
(LMP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Walter L.
Weingaertner, nos últimos anos o emprego de metais na prototipagem vem
se intensificando, principalmente em pesquisa.
A tecnologia do processo de Selective Laser Melting está madura para a
aplicação industrial e já existem máquinas prontas para o uso no
mercado. Weingaertner pondera que para fazer bom uso destes equipamentos
e realmente extrair o máximo benifício desta tecnologia é necessário
que o engenheiro que vá aplicar esta tecnologia, além de dominar o
processo, também tenha conhecimento do projeto do componente. "Ele tem
que aprender a repensar o projeto, ter liberdade para compor o material
de forma que possa ter produtos mais resitentes", explica. Ele
acrescenta que o "processo, para a mesma composição da liga em relação
às aplicações convencionais, garante melhor resitência, em decorrência
da granulometria fina que se atinge na estrutura".
Para o coordenador, o que falta é incluir definitivamente essa
teconologia nas grades de formação e capacitação profissional. "O que se
vê hoje são algumas aplicações esporádicas, aquém daquilo que é
necessário para tornar a tecnologia eficiente e promissora para a
indústria. Afinal, a complexidade do conjunto de informações que deve
ser dominada para o sucesso é muito mais ampla que em outros processos
de fabricação", defende.